Decidido a disputar a prefeitura de Curitiba, Richa critica gestão de Greca e conta por que não foi para o PL

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Filiação de Richa ao partido do ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocada como uma condição para costurar a aliança, mas PSDB negou anuência; sobre Greca, disse que ele ‘não gosta de gente’

Com promessas de diminuir o número de radares de velocidade e estudar a implantação da tarifa zero no transporte público de Curitiba, o ex-governador Beto Richa (PSDB) garantiu em entrevista à Banda B nesta segunda-feira (18) que vai disputar a prefeitura da capital paranaense

Em entrevista aos jornalistas Denise Mello e Karlos Kohlbach, o tucano também deu detalhes sobre o convite que recebeu do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ingressar no Partido Liberal e afirmou que isso só não ocorreu porque o PSDB não aceitou que ele deixasse a legenda.

O agora deputado federal disse ter se colocado à disposição para concorrer à prefeitura de Curitiba após analisar os resultados de pesquisas eleitorais, cenário que o interessou. O próximo passo, disse, foi buscar uma coligação para “ampliar o leque de alianças que fortaleçam uma eventual candidatura”. Pesquisa divulgada neste domingo (17) pelo Instituto Radar Inteligência aponta o tucano e pelo menos outros quatro pré-candidatos empatados na disputa pela prefeitura: Eduardo Pimentel (PSD), Luciano Ducci (PSB), Deltan Dallagnol (Novo) e Ney Leprevost (União Brasil).

De acordo com Richa, o PL de Jair Bolsonaro “demonstrou muito interesse” em estabelecer a coalizão política, mas a filiação ao partido do ex-presidente foi colocada como uma condição para costurar a aliança. “As conversas foram avançando, evoluindo, até o ponto de dizerem: ‘Beto, [acordo] selado, mas você tem que se filiar ao nosso partido ou nós queremos também a Fernanda [Richa] como candidata do PL… E minha mulher não tem disposição’”, explicou.

O ex-governador do Paraná afirmou ter sido elogiado pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, durante sua estadia em Brasília para tratar da filiação.

“Eu preciso, pela nova legislação eleitoral, de anuência para mudar de partido e ela me foi negada com as seguintes justificativas: eu tenho um histórico dentro do PSDB, grandes mandatos, melhor prefeito do Brasil, governador que apresentou resultados muito bons. Eles fizeram uma série de justificativas para mostrar que eles poderiam consentir com a minha saída do PSDB”, afirmou à Banda B.

A oposição ao Rafael Greca

Ao fazer duras críticas ao mandato do atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), Richa disse que a capital do Paraná vive uma “situação extremamente caótica na área social” e que tal quadro político gera “saudades da Fernanda” – esposa do tucano.

“Converso com muitas pessoas dos mais diferentes bairros que falam: ‘Acabou tudo. Tá muito difícil. Não tem um programa social que nos acolha e atenda. Há milhares e milhares de pessoas em situação de rua na cidade’”, enumerou o ex-governador.

Para Beto Richa, Greca atua com ingratidão. “Todos sabem o que eu fiz por ele, só ele que não reconhece, mas eu não estou atrás disso… Nunca pedi cargo, não quero secretaria. Eu só queria que ele fizesse uma boa gestão pela nossa cidade. O problema é que ele não gosta de gente, não gosta das pessoas, e não consegue fazer uma administração que de fato melhore a vida principalmente daqueles que mais precisam”, afirmou.

Richa prometeu durante a entrevista à Banda B que vai baixar a tarifa de ônibus e torná-la mais acessível do que a praticada hoje. Disse também que pretende “acabar com a indústria da multa” ao se referir ao número de radares de trânsito espalhados pela cidade. “Chega de radares espalhados por toda a cidade para meter a mão no bolso do motorista. O radar tem que ser educativo e não punitivo e arrecadatório como é hoje”, acrescentou.

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