Cidade Amiga das Pessoas Idosas, Curitiba acumula ações que são exemplos de inclusão

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Um ano depois de formalizar sua proposta de adesão ao Programa Cidades e Comunidades Amigas das Pessoas Idosas à Organização Panamericana de Saúde (Opas), no final de 2023 Curitiba entrou para o seleto rol das quase 850 localidades integrantes da iniciativa no continente americano. Além disso, já está colocando em prática o plano multissetorial de ação decorrente do pacto.

O documento foi aprovado pelo prefeito Rafael Greca e vai vigorar até o fim de 2024. “O idoso é a medida da cidade boa de se viver, pois se ela está adequada para essa faixa etária, é humana e eficiente para todos”, diz Greca.

Curitiba deverá chegar em 2030 com 1,9 milhão de habitantes, dos quais 20% (435,6 mil) terão a partir de 60 anos de idade.

Consultas

O plano considera as diferentes opiniões dos 2.243 moradores da cidade ouvidos na consulta pública especialmente para colher impressões sobre as expectativas de melhorias e que foi aplicada de 9 de fevereiro a 31 de maio passado. Do total de participantes – que já estão acostumados a contribuir com ideias para a cidade por meio do Fala Curitiba, móvel e on-line – 2.049 eram idosos e, os demais, familiares (121) ou cuidadores (73).

Ambas as consultas são coordenadas pelo Imap (Instituto Municipal de Administração Pública), que também esteve à frente do processo de credenciamento da cidade à rede panamericana pela qualidade de vida dos moradores do segmento 60+.

Expectativas

Os participantes da consulta querem ver expandidas melhorias em áreas agrupadas de oito eixos estabelecidos pela Opas: espaços abertos e prédios; moradia; transporte; respeito e inclusão social; participação cívica e emprego; participação social; comunicação e informação; e apoio comunitário e serviços de saúde.

Suas sugestões e aspirações foram discutidas pelo Comitê Gestor da ação, que abrange representantes dos diversos órgãos da administração municipal, além de universidades, Fiep (Federação das Indústrias do Paraná) e Rotary Club. “O objetivo é que as necessidades da pessoa idosa sejam consideradas por todos os órgãos da administração municipal, em cada projeto de intervenção no meio urbano”, frisa a diretora de Planejamento, Pesquisa e Inovação do Imap, Adriane Cristina dos Santos.

Inclusão na prática

São vários os exemplos já existentes em Curitiba dessa intersetorialidade. É o caso dos espaços de convivência acessíveis e inclusivos em áreas de grande circulação de pedestres. Um dos mais recentes é a Rua Prudente de Moraes, na  Regional Matriz, que ganhou calçadas e travessia plana, além de bancos para descanso protegidos por guarda-corpo.

Projetos com a mesma proposta foram anteriormente implantados em outros pontos da cidade. Entre os destaques estão a revitalização do entorno da Cruz do Pilarzinho, das Ruas Bley Zorning (Regional Boqueirão) e Niterói (Regional Cajuru), da nova Avenida República Argentina (Regional Portão) e da Rua Voluntários da Pátria (Regional Matriz).

Além disso, também na Matriz, a Rua São Francisco foi revitalizada e faixas acessíveis foram implantadas no Largo da Ordem. No entorno do Mercado Municipal, 85% das obras já estão prontas. Essas intervenções fazem parte do programa de mobilidade Caminhar Melhor.

Exemplos em todas as áreas

Esforços neste sentido também são levados em conta na hora de definir os modelos dos veículos para renovação da frota do transporte público, requalificar estações-tubo e terminais de ônibus e para onde estender o programa de pavimentação – que já ultrapassou os mil quilômetros de asfalto novo.

Outras ações são os mutirões de limpeza, manutenção de parques e praças, o programa de segurança Muralha Digital e a modernização da iluminação pública, que também tornam o espaço urbano mais amigável para o idoso.

Na área de qualidade de vida, a população idosa conta com ações como o programa Curitiba em Movimento, para escolha e inscrição grátis em atividades físicas e esportes diversos. Na Saúde, o aplicativo de smartphone Saúde Já funciona como porta de entrada para a rede de atenção básica do SUS (Sistema Únicos de Saúde), sem precisar sair de casa para marcar a consulta.

Os idosos também têm lugar garantido na Educação, por meio das turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), e nas atividades lúdicas e integrativas do projeto Comunidade Escola. Na área social, os destaques vão para o Projeto Nosso Canto e os cursos de música e arte, de baixo custo, da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), além dos cursos grátis ofertados pela Fundação de Ação Social (FAS).

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