Pais aprovam iniciativa de vacinação nas escolas de Curitiba

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A parceria estabelecida entre as secretarias municipais da Saúde e da Educação para ampliar a vacinação em Curitiba tem sido bem recebida por pais e responsáveis das crianças que frequentam a rede municipal de ensino.

Desde outubro, as equipes da Secretaria Municipal da Saúde já avaliaram mais de 24 mil carteiras vacinais das crianças matriculadas em Cmeis e escolas do ensino fundamental da cidade para verificar as doses em atraso. Até agora, na estratégia de vacinação extramuros, já foram vacinadas quase 9 mil crianças, além de mais de 100 familiares e 130 trabalhadores da Educação.

“Sabemos das dificuldades que muitas famílias têm para manter o calendário vacinal das crianças em dia. A vacinação nas escolas é uma estratégia a mais para facilitar o acesso à proteção que as vacinas proporcionam. Quem ama, vacina”, reforça a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.

Nesta segunda-feira (27/11), a equipe da Unidade de Saúde Santa Rita, do Tatuquara, utilizou uma das salas do Cmei Santa Rita para atender as famílias que estavam com doses em atraso. Os pais haviam recebido uma cartinha avisando do dia de vacinação na escola. Entre 16h e 17h30, foram aplicadas 98 doses, em 19 crianças que estudam no Cmei.

Oportunidade

Mãe de Enrico, de 4 anos, Manjora Merilin Cantele de Assis elogiou a oferta das vacinas na escola. “Eu achei legal que veio essa estrutura da saúde para atender as crianças no próprio Cmei e eu não precisei tirar ele da rotina para levar à unidade”, disse.

O menino tomou a dose da vacina contra a varicela, a única dose pendente. “Tem muita mãe que sofre porque a criança chora, mas eu não tenho dó. Prefiro mil vezes vacinar do que ele ficar doente em uma cama de hospital”, declarou.

Com a carteira de vacinação do filho Enzo Gabriel nas mãos, Renata Eugênia de Oliveira também gostou da oportunidade de vacinar na escola. O filho só tinha a dose da vacina anticovid pendente, porque não pôde ser aplicada na data prevista em razão de uma gripe.

“É melhor ele tomar a vacina e reclamar na hora da aplicação do que depois ficar doente e até precisar de hospital”, declarou, concordando com outras mães que aguardavam o atendimento.

A operadora de telemarketing Manuela Proença, de 20 anos, disse que geralmente é o avô que leva seu filho Bernardo Proença, de 2 anos e meio, para vacinar. Isso em razão da dificuldade de sair de seu horário de trabalho para ir até a Unidade de Saúde. Quando recebeu a carta avisando da aplicação na escola, ela pediu liberação no trabalho para acompanhar a vacina do filho: as doses contra a gripe e o reforço da anticovid.

A tarefa de buscar a filha Alice, de 1 ano e 8 meses, na escola é do pai Francisco Reinaldo Neves, operador de máquinas que trabalha à noite. A mãe é vendedora e o casal se divide com as tarefas com a criança.

“A gente mantém sempre em dia as vacinas, tanto as dela quanto as nossas. Só faltava o reforço da dose contra a covid e facilitou pra gente vacinar na escola”, disse o pai.

Chora a mãe e o filho

“Eu achei maravilhoso poder vacinar na escola, porque na correria do dia a dia a gente não consegue levar e tem que ficar esperando até o sábado do mutirão”, disse Ana Gonzaga, mãe de Leonardo, de 1 ano e 3 meses, que recebeu sete doses nesta segunda-feira: a segunda dose da influenza, a pfizer baby contra a covid, hepatite A, a vacina oral contra a pólio, contra a varicela, DTP – contra difteria, tétano e coqueluche, e VTV – contra sarampo, cachumba e rubéola.

Mãe e filho estavam com lágrimas nos olhos. “Eu sempre sofro com o choro dele, mas eu sei que as vacinas são importantes, porque tem muita doença que foi erradicada e se não vacinar elas podem voltar”, analisou Ana.

Segundo a coordenadora de Imunizações da SMS, Débora Carlet, os profissionais das salas de imunização têm uma ampla experiência com a administração simultânea de múltiplas vacinas e não há problemas em aplicá-las numa única oportunidade.

“Essa ação contribui para uma menor perda de oportunidade vacinal, mantendo a criança e nossa população mais protegida contra doenças imunopreveníveis”, destaca Débora.

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