Lula quer Marinha e Aeronáutica atuando em portos e aeroportos do Rio para combater crime organizado

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O presidente ainda afirmou que estuda a possibilidade de criar o Ministério da Segurança Pública, para atuar junto com os estados e outros entes federados

O presidente Lula (PT) disse nesta terça-feira (24) que não quer fazer “pirotecnia” para resolver o problema da segurança pública no Rio de Janeiro, mas espera colocar as Forças Armadas para atuar em portos e aeroportos para combater o crime organizado.

Nesta segunda (23), ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro em uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado.

Lula ainda afirmou que ainda estuda a possibilidade de criar o Ministério da Segurança Pública, para atuar em coordenação maior com os estados e outros entes federados.

“Conversei com o governador [Claudio] Castro, do Rio de Janeiro. Ontem, eu conversei com o Flávio Dino, hoje vou conversar com o ministro da Defesa, na perspectiva de fazer com que a Aeronáutica possa ter uma intervenção maior nos aeroportos do Rio de Janeiro, que a Marinha possa ter uma intervenção maior nos portos do Rio de Janeiro, para ver se a gente consegue combater mais o crime organizado, o narcotráfico, o tráfico de armas”, afirmou o presidente.

Lula, no entanto, descartou realizar uma intervenção federal no estado, argumentando que as anteriores não tiveram resultado efetivo.

“Não queremos pirotecnia. Não queremos fazer uma intervenção como já foi feito e não deu em nada. Não queremos tirar a autoridade do governador do Rio”, completou.

A fala do presidente aconteceu durante a sua transmissão ao vivo na internet, o Conversa com o Presidente, que foi retomada nesta terça-feira, após quase um mês.

A última havia sido no dia 26 de setembro, poucos dias antes da cirurgia no quadril e nas pálpebras a que foi submetido. Desde então, o presidente vinha se recuperando no Palácio da Alvorada, a residência oficial da Presidência.

Em sua última transmissão ao vivo, o presidente havia demonstrado confiança para passar pelo procedimento cirúrgico, apesar de ressaltar receio com a anestesia geral. Lula foi na ocasião criticado por declaração capacitista, na qual relacionou beleza com o fato de andar sem andador ou muleta.

“Até lá vou ficar aqui em Brasília, não vou poder pegar avião. Vou trabalhar normalmente, vou trabalhar. O [secretário de Produção e Divulgação de Conteúdo Audiovisual, Ricardo] Stuckert não quer que eu ande de andador. Ele já falou ‘não vou filmar você de andador’”, disse.

“Então significa que vocês não vão me ver de andador, de muleta, vão me ver sempre bonito, como se eu não tivesse sequer operado”, completou.
Lula voltou a despachar presencialmente no Palácio do Planalto na tarde desta segunda-feira (23). Os seus dois primeiros compromissos foi uma reunião com o ministro Luiz Marinho (Trabalho e Emprego) e um encontro com o músico Roger Waters, ex-Pink Floyd.

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