Ônibus sucateados, estações-tubo e terminais mal cuidados e, o pior, a desintegração do transporte de Curitiba com a Região Metropolitana, um sistema que era referência nacional e internacional pela eficiência. Este foi o cenário encontrado na cidade no início de 2017. Mas ao longo de 8 anos de trabalho, a gestão do prefeito Rafael Greca e do vice Eduardo Pimentel reverteu o quadro.

A Prefeitura retomou a integração do transporte com municípios vizinhos, implantou 40 novas linhas de ônibus, 53 integrações temporais e mais formas de pagamento da passagem (com cartão de débito e crédito), inaugurou o Terminal do Tatuquara e fez a ligação inédita da região com o Centro da cidade. Foram comprados 543 veículos entre 2017 e 2023 e outros 187 devem ser adquiridos até março de 2025, completando a renovação de 62% da frota. Além disso, revitalizou estações-tubo e terminais, equipamentos urbanos e modernizou o atendimento aos passageiros.

O transporte coletivo de Curitiba também chegou à era da eletromobilidade nesta gestão, com a entrada em operação dos primeiros ônibus elétricos, proposta alinhada com o objetivo de fazer da capital uma cidade cada vez mais sustentável.

“Curitiba fez uma transformação histórica na mobilidade urbana em oito anos, melhorando o transporte coletivo, que ganhou eficiência, novas tecnologias e integração”, diz o presidente da Urbs, Ogeny Pedro Maia Neto. “Com ônibus elétricos, de zero emissões, iniciamos a transição energética no sistema, um salto tecnológico importante alinhado ao projeto de sustentabilidade da cidade para as próximas décadas.”

Norte/Sul, Novo Inter 2 e Leste/Oeste

Grandes projetos estruturantes de mobilidade saíram do papel, como a inauguração do Ligeirão Norte/Sul, em janeiro de 2024, e da linha Fagundes Varela/Pinheirinho na Linha Verde, em 2021 que depois foi ampliada e batizada de Expresso Linha Verde-Atuba/Pinheirinho, em 2024. Além desses, há grandes projetos em andamento: o novo Inter 2 e o Ligeirão Leste/Oeste, já em obras, que vão melhorar o deslocamento da população nos próximos anos. A Prefeitura também assinou contrato com o BNDES para elaboração de estudo para concessão e instalação de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) entre Curitiba e o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Região Metropolita de Curitiba (RMC).

O Ligeirão Norte/Sul, com menos paradas, trouxe comodidade para os passageiros, que reduziram o tempo de deslocamento em 15 minutos com um ganho de velocidade de 23% em relação às linhas paradoras. São 19 quilômetros (38 km ida e volta) entre os terminais Santa Cândida e Pinheirinho.

A cabeleireira Célia Rosa dos Santos conseguiu alguns minutos a mais de tempo livre desde a implantação do Ligeirão. Moradora da CIC, Célia trabalha em um salão próximo à Praça Rui Barbosa, no Centro, e trocou a linha paradora pelo Ligeirão.

“Saindo do Pinheirinho, em 25 minutinhos eu chego no tubo da Praça Oswaldo Cruz e lá eu embarco no ônibus Pinheirinho/Rui Barbosa. Antes, eu ia direto de Pinheirinho/Rui Barbosa, mas com o Ligeirão Norte/Sul é mais rápido”, explicou Célia.

Nova concessão

Curitiba também firmou com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) o contrato para a estruturação e modelagem do novo projeto de concessão do transporte coletivo de Curitiba, que prevê a modernização do sistema, reestruturação dos serviços de mobilidade da Rede Integrada de Transporte e a descarbonização gradual da frota.

O novo modelo de concessão, que deverá ser lançado no segundo semestre de 2025, será o primeiro do País a contemplar, já na sua origem, a prioridade de redução de emissão de gases do efeito estufa com mudança na matriz energética.

Primeiros ônibus elétricos

Conhecida por sempre estar na vanguarda do transporte coletivo no país, Curitiba deu, nos últimos anos, um salto seguro para o futuro, com a substituição de veículos movidos a diesel por outros movidos com energia limpa.

Depois de um ciclo de testes com várias marcas, em 2024 teve início a operação de sete ônibus elétricos em linhas urbanas da cidade.

Seis deles começaram a circular em julho, nas linhas Interbairros I (horário e anti-horário), e um entrou em operação na linha Água Verde, em meados de agosto. No primeiro trimestre de 2025 entra em teste o primeiro biarticulado elétrico, que vai circular nas canaletas do BRT.

Outros 54 vão ser adquiridos em 2025, com recursos de R$ 380 milhões do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) do governo federal. Mais 70 estão programados com lei aprovada na Câmara Municipal de Curitiba, que prevê recursos de R$ 317 milhões nos veículos. E outros 84 estão previstos com financiamento do KfW Bankengruppe, o banco de Desenvolvimento da Alemanha.

Cada ônibus elétrico evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 ao ano na atmosfera, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo.

O grande projeto de eletromobilidade do município, alinhado ao PlanClima (Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba), é um dos pilares para tornar Curitiba mais sustentável nos próximos anos.

A meta é que 33% da frota seja elétrica até 2023, percentual que deve subir para 100% em 2050. Hoje a frota é de 1,1 mil veículos.

Reintegração

Graças à integração com a Região Metropolitana, retomada pela gestão em 2017, a população pode hoje se deslocar entre Curitiba e os municípios vizinhos sem ter que pagar uma nova tarifa.

Dos 15 milhões de passageiros por mês que utilizam o transporte de Curitiba, 3,2 milhões são da Região Metropolitana, que entram no sistema sem ter que pagar uma nova passagem. São 22 terminais de integração, 242 linhas urbanas, 62 linhas metropolitanas que integram com o sistema e quatro linhas mistas (urbanas e metropolitanas).

Hoje é possível ir de Fazenda Rio Grande a Colombo, uma distância de 43 quilômetros, passando por Curitiba pagando apenas uma passagem (R$ 6). Ao longo de oito anos foram retomadas linhas como Colombo/CIC, Pinhais/Rui Barbosa, Caiuá/Cachoeira, Barreirinha/São José e Roça Grande/Estação Solar.

Realizações no transporte coletivo e equipamentos urbanos

– Renovação de 62% da frota, com a compra de 730 novos ônibus.
– Inauguração do Terminal do Tatuquara (2020).
– Inauguração do Mercado Municipal Capão Raso onde era o Shopping Popular (2020).
– Revitalização da Rodoviária (2020).
– 22 terminais urbanos revitalizados (2017 a 2024).
– Gestão na pandemia – implantação do Regime Emergencial para manter o equilíbrio do Sistema de Transporte, sanitização de ônibus, terminais e estações-tubo, criação de linhas especiais para profissionais da Saúde e vacinação (2020-2022).
– 40 novas linhas de ônibus criadas entre 2017 e 2024: 242 linhas (total) e 15 milhões de passageiros/mês
– Ligeirão Fagundes Varela/Pinheirinho na Linha Verde (2021)
– 53 integrações temporais ativadas entre linhas (2017 a 2024).
– Integrações temporais entre terminais Pinheirinho, Santa Cândida, Boqueirão com Sacolões e Armazéns da Família (outubro 2023).
– Integrações temporais entre os terminais Vila Oficinas e Barreirinha com Sacolões e Armazéns da Família (maio de 2024).
– 204 estações-tubo reformadas: 60% do total (2022 a 2024).
– Redução da passagem em 11 linhas fora do horário de pico (R$ 5): 49 mil pessoas beneficiadas/dia (2017 a 2024).
– O Urbs Móvel, ônibus itinerante, para levar os serviços do transporte coletivo, como confecção do cartão-transporte até a população (2020).
– Novos meios de pagamento: cartões de débito e crédito (2022).
– Implantação do EstaR digital (2020).
– Inauguração dos SmartPark São Francisco, Jardim Botânico e Campina do Siqueira (2021).
– Lançamento do Curitiba +, cartão pré-pago mais barato e ilimitado para o uso fora do horário de pico (2023).
– Inauguração das Lojas #CuritibaSuaLinda, administradas pela Urbs: Palacete Wolf (2018), Torre Panorâmica (2018), Mercado Municipal (2019), Espaço Cultural David Carneiro (2019), Jardim Botânico (2020), Shopping Estação (2021), Memorial Paranista (2021), Aeroporto (2024).
– Início dos testes com táxis elétricos da Renault (2023).
– Início dos testes com ônibus elétricos (2023).
– Totens de atendimento nas Ruas da Cidadania e recarga de cartão-transporte com cartão de débito e crédito em terminais (2022).
– #CuritibaSuaLinda inicia vendas pela internet (2023).
– Inauguração do trajeto completo da linha Ligeirão Norte/Sul (38 km), entre Santa Cândida e Pinheirinho.
– Curitiba e BNDES dão início aos trabalhos para estruturação e modelagem da nova concessão do transporte coletivo de Curitiba (2024).
– Inauguração da loja-tubo itinerante #CuritibaSuaLinda (2024).
– 1ª estação sustentável Prisma Solar Agrárias do Novo Inter 2 (2024).
– Compra dos primeiros ônibus elétricos (2024).
– Retomada da linha Barreirinha/São José e implantação da linha Roça Grande/Solar (2024).
– Integração entre SmartPark e o Terminal Campina do Siqueira (2024).
– Início da circulação dos primeiros sete ônibus elétricos nas linhas Interbairros I (horário e anti-horário) e Água Verde (2024).

-Assinatura do contrato com o BNDES para estudo de VLT entre Curitiba e o Aeroporto Afonso Pena.