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Sem vitórias em capitais, presidente do partido admite alguns pontos de preocupação e que SP merece análise
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o partido está tranquilo com o desempenho nas eleições deste domingo (6). Comparando o resultado à eleição de 2020, Gleisi afirmou que é preciso entender que o PT passa por uma reconstrução.
“Do ponto de vista do PT, não foi ruim. Melhorou em comparação a 2020. É preciso entender que a gente vive um processo de recuperação, reorganização”, disse ela, afirmando que a sigla passou por um calvário, tendo sido alvo de perseguição.
Segundo Gleisi, o PT chegou ao segundo turno em 15 cidades, incluindo quatro capitais. No primeiro turno, o partido venceu a disputa pelas prefeituras de Contagem e Juiz de Fora. Mas foi derrotado em redutos petistas, como o ABC paulista, e em cidades-chave do interior e do litoral de SP, incluindo Araraquara, onde o candidato do PL, de Jair Bolsonaro, superou uma concorrente petista.
Para Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara, é preciso interpretar o momento político. “O resultado faz parte do jogo democrático. A cidade fez uma escolha, a polarização venceu”, disse Edinho, que criticou os institutos de pesquisas, que, para ele, não previram a abstenção.
Gleisi, por sua vez, minimizou o impacto das eleições municipais em uma campanha presidencial, lembrando que o presidente Lula foi eleito em 2022 após um resultado catastrófico dois anos antes. Ela lembra que o partido elegeu 635 prefeitos em 2012. Em 2020, foram 183.
“Em 2020, quando tivemos um resultado catastrófico, disseram que tínhamos morrido. O que sofremos não foi pouca coisa. Sofremos um baque. E isso não influenciou na eleição presidencial”, disse ela.
Apesar disso, Gleisi reconhece a necessidade de avaliação das eleições nos estados. São Paulo, por exemplo, tem que ser bem analisado, na sua opinião. “Existem pontos de preocupação que temos que ver melhor”, admite.
Ao avaliar o cenário político, Gleisi assinala o fato de o candidato de Bolsonaro ter perdido a disputa pela Prefeitura do Rio, que é domicílio eleitoral do ex-presidente. Ela destaca ainda a divisão da direita na corrida pela Prefeitura de Curitiba.
No Rio, Eduardo Paes (PSD) teve 60,47% dos votos válidos e superou os deputados federais Alexandre Ramagem (PL), com 30,8%, e Tarcísio Motta (PSOL), com 4,2%.
Em Curitiba, os candidatos Eduardo Pimentel (PSD) e Cristina Graeml (PMB) vão para o segundo turno da disputa pela prefeitura. Bolsonaro fez uma gravação em apoio a Graeml, embora tenha indicado o vice de Pimentel.