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Os cálculos foram feitos a partir de planilhas públicas no site da Urbs

O sistema tarifário proporcional proposto por Cristina Graeml faria com que os curitibanos que moram nas regiões mais afastadas do centro da capital pagassem muito mais caro do que os atuais R$ 6 por cada deslocamento.

Seria o fim da chamada tarifa-única, instituída na cidade desde 1980 pelo então prefeito Jaime Lerner e em vigor de forma ininterrupta.

Simulações

De acordo com cálculos feitos a partir de planilhas públicas no site da Urbs, uma pessoa que mora no Umbará, por exemplo, gastaria R$ 23,88 para ir até o centro usando a linha Umbará (643) ou R$ 22,51 ao utilizar a linha Futurama (639).

Ao considerar a rotina de um curitibano que trabalha de segunda a sexta e precisa pegar ônibus apenas para ir e voltar do trabalho, os moradores do Umbará precisariam despender entre R$ 990 e R$ 1.050 por mês apenas de passagens, o que representa quase 75% de um salário-mínimo nacional.

Situação parecida aconteceria com quem mora no Cachoeira, que pagaria R$ 21,39 por trecho na linha São Benedito (236), ou de quem precisa ir do Alto Boqueirão para o Santa Cândida pela linha Alto Boqueirão (629), que arcaria com R$ 23,60 em cada passagem.

Uma das mais utilizadas linhas, o Santa Cândida-Capão Raso (203), teria o custo de R$ 17,35 para aqueles que permanecem no ônibus em seu trajeto completo, enquanto o preço para ir usar o Tatuquara-Centro (707) ficaria em R$ 13,10.

Proposta no Plano de Governo

A proposta de passagem proporcional aos quilômetros rodados para a tarifa de ônibus consta no plano de governo da candidata pelo PMB à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, protocolado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR). Segundo Graeml, a medida prevê a cobrança com base na distância percorrida pelos passageiros.

Levando em conta a simulação feita com os números da Urbs, a medida atingiria em cheio 27,4% dos usuários que gastam entre 1h e 1h30 para cada deslocamento e outros 21% que passam mais de 2h no ônibus. Ou seja, quase metade da população que usa o transporte coletivo pagaria passagens duas, três ou até quatro vezes mais caras do que as atuais.

Durante debate na Band, na última segunda-feira(14), a candidata foi questionada a respeito desse plano de governo para o transporte público. Ela defendeu a medida e alegou que os moradores de bairros mais periféricos vão ser estimulados a empreender e trabalhar mais perto de casa.