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Tratado de livre comércio entre os blocos econômicos tem boa recepção por parte do Brasil, prevendo impacto positivo no PIB de ambas as partes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na manhã desta sexta-feira à cúpula do Mercosul em Montevideo. O governo brasileiro demonstra ‘total entusiasmo’ com a conclusão das negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, vendo a parceria como benéfica para ambos os blocos econômicos. O tratado, que levou 25 anos para ser finalizado, promete impactar positivamente o PIB das duas regiões.

Segundo informações apuradas pela analista Renata Varandas, o acordo deve gerar um impacto de 15 bilhões de euros no PIB da União Europeia e 11 bilhões de euros no PIB do Mercosul. O Brasil, individualmente, é apontado como o país que mais se beneficiará deste acordo.

Mudanças no cenário de exportações

A analista ressalta que o cenário de exportações mudou significativamente desde o início das negociações em 1999. Há 25 anos, o Brasil exportava cerca de 50% de sua produção agrícola para a União Europeia. Atualmente, esse percentual caiu para aproximadamente 15%, com o país direcionando mais de 40% de suas exportações para a China.

Esta mudança reflete uma reorientação estratégica do Brasil, que tem voltado sua atenção para o mercado asiático, especialmente para países como Japão e Coreia do Sul, que vêm apresentando mudanças em seus hábitos alimentares.

Benefícios e desafios

Embora o acordo traga vantagens para o setor agrícola brasileiro, Varandas aponta que o país poderá enfrentar desafios em outros setores, como o de equipamentos eletrônicos, onde a competitividade brasileira é menor.

O papel protagonista do Brasil nas negociações foi crucial para a conclusão do acordo. A visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Uruguai foi recebida com alívio pelo governo brasileiro, sinalizando o avanço político das negociações após a resolução de questões técnicas.

Com a finalização deste acordo histórico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá a oportunidade de capitalizar politicamente sobre um processo que se arrastava há mais de duas décadas, marcando um importante avanço nas relações comerciais entre América do Sul e Europa.