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Nesta quarta-feira (11/12), Curitiba foi reconhecida como primeira capital Angels do mundo. A certificação, recebida pelo prefeito Rafael Greca, durante cerimônia de inauguração da nova sede da central metropolitana de regulação, distingue cidades comprometidas com a prevenção, tratamento e reabilitação de pacientes com acidente vascular cerebral (AVC).
“Esse serviço que Curitiba oferece é um orgulho da cidade. Bendita seja Curitiba que cuida dos seus filhos”, disse Greca, durante o evento.
O Cidade Angels é um programa da iniciativa Angels, uma organização global da Boehringer Ingelheim, com apoio da World Stroke Organization, que trabalha para melhorar a qualidade de atendimento ao acidente vascular no mundo. Para receber a certificação, a capital foi avaliada em critérios rigorosos, como protocolos de atendimento, capacitação de profissionais de saúde e ações de conscientização pública.
A diretora médica da Boehringer, Thaís Melo, elogiou o trabalho realizado em Curitiba. “Eu gostaria de parabenizar a seriedade com que Curitiba cuida da Saúde em todos os seus âmbitos. Esta certificação é uma coroação de um trabalho grande e que vai cada vez mais beneficiar os pacientes”, afirmou.
“Curitiba é pioneira nas ações de enfrentamento, prevenção e tratamento do AVC. O município vem desenvolvendo e aprimorando seus protocolos nesta área ao longo do tempo. Neste sentido, a iniciativa Cidade Angels se soma aos esforços que vem sendo realizados pela capital paranaense”, disse a secretária municipal da Saúde, Beatriz Battistella.
Além de Curitiba, são certificadas em todo o mundo até o momento: Ribeirão Preto (SP), Sapucaia do Sul (RS), Quixeramobim (CE), Serra Talhada (PE). Joinville (SC) será certificada no próximo dia 13. Fora do país já receberam esse reconhecimento também: Lleida, Albacete e Almeria, na Espanha; Khmelnytskyi Raion e Kamianets-Podilskyi Raion, na Ucrânia.
Linha de cuidado do AVC
Nos anos 2000, Curitiba foi uma das pioneiras no Brasil, ao instituir o protocolo para trombólise hospitalar (procedimento hospitalar, realizado num prazo máximo de até 4 horas desde o início do AVC isquêmico, em que se usa um medicamento para dissolver o trombo no cérebro).
Após a experiência pioneira de Curitiba, o Ministério da Saúde passou a ampliar o modelo para o resto do país, passando a custear o medicamento utilizado no procedimento (que tem um custo alto, superior a R$ 2 mil a ampola), em Unidades do AVC, que foram habilitadas. No caso de Curitiba, foram habilitados o Hospital de Clínicas e o Evangélico, para a realização deste procedimento.
A partir de 2011, Curitiba seguiu o curso da inovação começando a desenhar o protocolo do AVC também para o momento pré-hospitalar e pós-hospitalar (reabilitação), com uma linha de cuidado que envolvesse Samu, UPAs, UBSs, Central de Regulação, Saúde em Casa. Essa linha de cuidado buscou fazer o paciente chegar ao hospital em tempo oportuno para a intervenção da trombólise e garantir o cuidado e seguimento do tratamento, após a alta hospitalar.
A partir de 2017, este protocolo foi aperfeiçoado, sendo ampliado também para área de atuação da Central de Regulação Metropolitana, sendo habilitados como Unidades do AVC, o Hospital Angelina Caron (Campina Grande do Sul) e Rocio (Campo Largo). O protocolo ficou mais claro e abrangente, envolvendo uma linha de cuidado não apenas para o AVC isquêmico, como também para o AVC hemorrágico (quando não há oclusão da artéria, mas há sangramento e é necessário cirurgia).
A partir de 2018, o município também passou a investir no Escute o Seu Coração, um programa da Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba para reduzir as mortes prematuras por doenças do coração e derrames cerebrais, ao criar uma linha de cuidado especial, estimulando estilos de vida saudáveis e a promoção da saúde, a prevenção de doenças cardiovasculares, a revisão de protocolos na atenção ambulatorial básica e especializada e da assistência na urgência e emergência.
E, finalmente, em 2024, por meio de um termo de cooperação técnica, Curitiba aderiu ao programa Cidade Angels, implementado pela farmacêutica Boehringer, sendo certificada como a primeira capital Angels do mundo. Para tanto, Curitiba teve seus serviços de saúde avaliados, sendo certificados pela iniciativa Angels. O Samu, o Hospital de Clínicas e o Hospital Evangélico Mackenzie receberam certificação Diamond e o Hospital Santa Casa, Platinum. As certificações demonstram que os serviços seguem os protocolos e tem todo o seu quadro de profissionais treinados, para reconhecer os sinais e intervir em caso de AVC. A iniciativa, ainda, foi responsável por realizar um treinamento específico com 416 profissionais da saúde.
Além dos serviços de saúde, os estudantes e funcionários das escolas municipais de Curitiba passaram pelo treinamento com a iniciativa Angels, capacitando toda a rede de educação também na prevenção do AVC. O projeto prevê o treinamento de 68 mil crianças em toda a rede municipal.
Presenças
O evento contou com a presença, ainda, da secretária municipal da Saúde para a próxima gestão, Tatiana Filipak; do controlador-geral do município, Daniel Conde Falcão; da superintendente de gestão educacional da Secretaria Municipal da Educação, Andressa Pereira; da superintendente de Gestão em Saúde da SMS, Flávia Quadros, do superintendente Executivo da SMS, Juliano Gevaerd; do diretor de unidade de negócios da Boehringer, Paulo Faccina; do gerente nacional de Ecossistema de Saúde da Boehringer, João Bordallo, do gerente de Ecossistema de Saúde Pública da Boehringer, Kleber Primo; do gerente nacional de acesso Boehringer, Nelson Mocelin; do consultor hospitalar da Boehringer, Marcelo Brito; das consultoras Angels, Mariana Rossei, Dayane Diehl, Camila Ferraz e Kamila Fachola; do represente do Hospital Pequeno Príncipe, Donizetti Dimer Giamberardino Filho; da representante do Hospital da Cruz Vermelha, Meri Berti; do representante do Hospital Evangélico Mackenzie, João Pedro Lupion; dos filhos de Matheus Chomatas, Guilherme e Jaqueline; da coordenadora de regulação da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Olga Deus; e do diretor geral da Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas), Sezifredo Paz.