Prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba divulgam nota de repúdio contra Cristina Graeml

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Para eles, a candidata se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC quando tratou de saúde e transporte coletivo

Prefeitos de 21 cidades da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) divulgaram, nesta quarta-feira (23), uma nota de repúdio contra declarações de Cristina Graeml, do PMB, na corrida eleitoral para a Prefeitura de Curitiba.

As cobranças são sobre a proposta de proporcionalidade na tarifa de ônibus, o que , segundo eles, pode quebrar o princípio de integração metropolitana. Outra crítica é em relação à proposta da candidata de haver uma reavaliação e uma adequação financeira para que Curitiba atenda pacientes de cidades vizinhas no Sistema Único de Saúde. A candidata chegou a declarar que a consulta de pacientes da RMC realizada em Curitiba, deveria ser custeada pelos prefeitos da Região Metropolitana.

”O grupo de prefeitos da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) abaixo assinado vem a público repudiar as recentes declarações feitas pela candidata à Prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml, que se referiu de forma discriminatória à toda população da RMC quando tratou de temas relacionados à saúde e ao transporte público coletivo”cita o documento.

Integração com a RMC

Curitiba e sua Região Metropolitana totalizam uma população de 3.697.928 habitantes (segundo dados do IBGE 2024), uma das dez maiores regiões metropolitanas do Brasil, e, de acordo com os prefeitos, entre os fatores em comum estão o princípio da intermunicipalidade, a integração e o desenvolvimento conjunto que beneficia todos seus habitantes.

Eles também lembram que as cidades da RMC atendem curitibanos dentro das respectivas estruturas, trabalhando de maneira integrada, “preservando os valores do cooperativismo e também das contrapartidas promovidas pelo setor produtivo dos 28 municípios (mais a capital) que compõem a RMC”. O Hospital Angelina Caron, por exemplo, fica em Campina Grande do Sul, e o Hospital do Rocio, que foi um dos principais centros de combate à Covid-19, fica em Campo Largo.

Ainda segundo os prefeitos, as propostas representam um retrocesso das integrações do SUS e do transporte coletivo conquistadas e que beneficiam a população das cidades da RMC.

“As declarações de Cristina demonstram ainda um desconhecimento da realidade de milhares de paranaenses que dependem diariamente tanto da estrutura de atendimento do SUS, quanto da rede de transporte público das cidades. Por esses motivos, gostaríamos de reafirmar nosso compromisso metropolitano com Curitiba para que mantenhamos nossas políticas públicas”reafirma a nota.

No documento, os prefeitos ainda destacam a preocupação com a integração metropolitana:

“Ao afirmar que o sistema de saúde de Curitiba atende moradores de municípios da Região Metropolitana e que isso deve ser revisto, e também quando menciona que a passagem de ônibus deve levar em conta a distância a ser percorrida pelo passageiro (por quilômetro rodado), deixa nossa população com enorme risco de perder a integração do transporte hoje existente, além de sofrer uma piora em todo sistema de Saúde, de maneira que assim pensando e trazendo à publicação esse raciocínio, a candidata mostra despreparo para pretendida função e desconhecimento de causa, pois, o SUS é universalizado e não pode haver essa divisão de territorialidade”

completa o documento.

A nota de repúdio é assinada pelos prefeitos de Campina Grande do Sul, Almirante Tamandaré, São José dos Pinhais, Colombo, Pinhais, Campo Largo, Balsa Nova, Piraquara, Quatro Barras, Rio Negro, Rio Branco do Sul, Tunas do Paraná, Piên, Fazenda Rio Grande, Tijucas do Sul, Lapa, Cerro Azul, Campo do Tenente, Agudos do Sul, Contenda e Adrianópolis, além do prefeito de Curitiba.

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