Empregado demitido por se recusar a votar em Bolsonaro receberá R$ 30 mil

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Empregado se negou a usar um adesivo de Bolsonaro colado pelo líder da empresa nele e explicou que votaria em Lula

Um homem será indenizado em R$ 30 mil por danos morais após ser demitido da empresa que trabalhava por se recusar a votar no candidato à presidência Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022, em Monte Azul (MG).

Em setembro de 2022, um dos líderes da empresa teria colado adesivos de Bolsonaro nos funcionários. O caso ocorreu em uma organização de bioenergia, no primeiro turno das eleições presidenciais.

O empregado se negou a usar o adesivo e explicou que votaria em Lula (PT). Na segunda-feira seguinte, ao ir para o trabalho, foi informado que estava dispensado sem justa causa.

Segundo uma testemunha, colegas diziam que ele deveria votar no ”candidato da empresa”. Ainda conforme o depoimento, o homem era zombado por sua posição política, contrária ao do chefe.

A empresa negou que esse tenha sido o motivo da demissão. Instituição também alegou que a decisão já estava em processo há pelo menos uma semana. Defesa considerou ainda o valor pedido ”exorbitante e desproporcional”.

Para o desembargador Marco Antônio Paulinelli Carvalho, ficou comprovado o assédio eleitoral.

”Ficou claro que não só o autor da ação foi coagido, mas também vários colegas de trabalho. Os outros trabalhadores, certamente temerosos de perder o emprego, aceitaram a situação humilhante de ostentar ‘santinho’ de candidato no local de trabalho”, afirmou.

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