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Prefeitura diz que reurbanização da orla, que avançou 15 m sobre a areia, já era prevista e vai garantir proteção em época de ressaca
O primeiro trecho da obra de reurbanização da orla da Praia Central em Balneário Camboriú (SC) está praticamente concluído. Porém, um detalhe acabou chamando a atenção: o novo espaço avançou 15 metros sobre a areia, o que na prática fez encolher a faixa de praia para os banhistas.
A obra ocorre no mesmo lugar onde houve o alargamento da Praia Central, entregue em dezembro de 2021. Dos 25 metros de largura, a faixa de areia passou para 70 metros -em alguns pontos foi ainda maior, como no pontal Sul, onde depois houve “encolhimento” de 70 metros em razão do avanço do mar.
Agora, com a reurbanização da orla, a faixa de areia terá 55 metros de largura, segundo a FG, responsável pela obra do primeiro trecho de cerca de 230 metros de extensão entre as ruas 4400 e 4600. Após a entrega, ainda sem data definida, a a gestão do espaço ficará por conta do município. O projeto é assinado pelo arquiteto Índio da Costa.
Procurada, a prefeitura disse que a reurbanização da orla já era prevista no projeto inicial de alargamento da Praia Central. Afirmou ainda que a obra vai garantir proteção costeira para a cidade em época de ressaca.
Ainda segundo a gestão do prefeito Fabrício Oliveira (PL), não havia como avançar para a avenida Atlântica -via paralela à praia, que contém duas faixas para veículos e ainda uma ciclovia.
Já o IMA (Instituto do Meio Ambiente) afirmou em nota que o projeto de “alimentação artificial” da praia previa, além do alargamento, “a revitalização da orla, com a implantação de calçadão, ciclovia e pista de corrida, rampas de acesso à praia e recomposição vegetal”.
Em junho de 2024, o instituto concedeu ao município de Balneário Camboriú a licença ambiental de instalação para a obra de reurbanização e de macrodrenagem.
“Dentre as obras de infraestrutura, estão listadas intervenções paisagísticas, com o objetivo inicial de recriar a vegetação típica do litoral, resgatando a faixa de restinga e introduzindo nova arborização com espécies típicas do litoral catarinense”, disse o IMA, em nota.
A reurbanização da orla pretende criar um “parque linear” com mais espaço para pedestres e ciclistas e garantir opções de lazer com academias assistidas, playgrounds e dogparks, entre outros. Para a obra, a praia de sete quilômetros de extensão foi dividida em 18 lotes diferentes -o primeiro foi executado e bancado pela FG por meio de um acordo homologado pela Justiça.
A engenheira e gerente do projeto de reurbanização do lote executado pela FG, Stephane Domeneghini, entende que a reurbanização da orla é uma “transformação significativa para a cidade”, no qual se busca “equilibrar desenvolvimento urbano com preservação ambiental e qualidade de vida para seus habitantes e visitantes”.
“O projeto contempla um novo paisagismo, com plantio de árvores e vegetação, sempre priorizando espécies nativas que se adaptam muito melhor ao ambiente projetado, além de melhorias no sistema de iluminação pública, utilizando tecnologias mais eficientes e sustentáveis, como a iluminação LED”, diz Domeneghini.
Pesquisas apontam que, após a reurbanização da orla, ocorra uma valorização dos imóveis de cerca de 30%. Hoje, Balneário Camboriú tem o metro quadrado mais caro do país, de R$ 13.502 segundo o último indicador Fipezap, divulgado em agosto deste ano. Na sequência aparecem as cidades vizinhas de Itapema (R$ 13.423 o metro quadrado) e Itajaí (R$ 11.574 o metro quadrado).
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