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Temperaturas devem ficar acima da média em praticamente todo o país entre setembro e novembro
A primavera começa no próximo domingo (22) e pode ser afetada pelo La Niña, que deve se estabelecer ao longo dos próximos meses. Segundo especialistas ouvidos pelo UOL, o fenômeno deve atrasar as chuvas durante a estação.
Temperaturas devem ficar acima da média em praticamente todo o país entre setembro e novembro. Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, podem acontecer eventuais refrescos, dentro da variação normal, mas predominam os dias amenos e quentes. Não há previsão de ondas de frio.
Porção central do Brasil deve enfrentar ondas de calor no próximo mês. Em Goiás, Mato Grosso, Tocantins, interior de Minas Gerais e interior da região Nordeste, as chuvas devem chegar apenas entre o final de outubro e início de novembro. Até lá, os estados devem permanecer com baixos níveis de umidade e quentes, podendo chegar aos 40ºC.
Clima seco deve permanecer até meados de novembro, segundo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). A maior parte das regiões Norte e Nordeste deve ter chuvas abaixo do normal, principalmente no centro-sul do Maranhão e Piauí. No sul, Paraná e Santa Catarina também devem sofrer com a manutenção da seca. O Centro-Oeste tem previsão de volumes menores que o da média, salvo em áreas pontuais.
Chuva pode ficar acima da média em pontos isolados. O instituto estima precipitações acima da média em áreas específicas do Acre, Roraima, Amazonas, Bahia e Rio Grande do Sul. O órgão também destaca que chuvas devem voltar gradualmente para MT e MS. O Sudeste também pode ter chuvas mais regulares, chegando próximo ou acima da média, exceto em São Paulo e o meio-oeste de Minas Gerais, onde permanece seco.
La Niña deve começar a fazer efeito entre o fim da primavera e começo do verão, mas com baixa intensidade. A meteorologista Estael Sias estima dois cenários possíveis: em um deles, La Niña será fraca e terá curta duração; no outro, o fenômeno deixa as águas do Oceano Pacífico mais frias que o normal, mas sem atingir a temperatura mínima do patamar de La Niña.
Dependendo da maneira que a La Niña se configurar, outras variáveis de curto e médio prazo podem influenciar o tempo. Se o fenômeno não acontecer de maneira bem definida e surgirem fatores que favoreçam a chuva, por exemplo, podem ocorrer precipitações, indo na contramão da secura comum da La Niña. No entanto, os meteorologistas só conseguem prever variáveis como esta com antecedência de 10 a 15 dias.
Com o atraso das chuvas, recuperação dos níveis dos reservatórios deve demorar para acontecer. Bacias hidrográficas importantes, como a do Rio Paranapanema, tiveram baixas importantes devido à estiagem registrada desde o outono. Neste ano, a recuperação dos níveis mananciais geradores de energia deve demorar mais, e provavelmente vai acontecer ao longo do verão, segundo a especialista. Apesar de não prever um desabastecimento do sistema, a meteorologista estima que aconteçam aumentos no custo da energia e mudança para bandeira vermelha na conta de luz nos próximos meses.
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