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Território da Grande Reserva Mata Atlântica reúne opções para a prática ser feita com o menor impacto ambiental possível e para todos os gostos
Entre os meses de maio a setembro, quando o tempo fica mais seco e os dias de inverno mais ensolarados, diz-se que a “temporada de montanhas” é forte no Brasil. Nesse cenário, a incidência de tempestades, com raios que podem atingir os topos de montanhas ou locais mais remotos, também diminuem expressivamente. Animais peçonhentos também são menos ativos nessa época. Dessa forma, pelo menos por mais de um mês inteiro, ainda há tempo para aproveitar opções de montanhismo em estados onde a Grande Reserva se faz presente.
O território soma quase três milhões de hectares de Mata Atlântica, em um corredor ecológico que passa por Paraná, São Paulo e Santa Catarina.
Selecionamos algumas opções de destinos, especialmente no Paraná e Santa Catarina, e todos localizados dentro do território da Grande Reserva, capazes de agradar diferentes preferências e possibilidades físicas dos praticantes.
Morro do Anhangava – Quatro Barras (PR)
Trilha curta, com alguns trechos técnicos. O Morro do Anhangava é uma ótima opção para quem está começando no montanhismo. Ideal para iniciantes. Fica no Parque Estadual Serra da Baitaca. Seu cume fica a 1.430 metros acima do nível do mar. Conta com uma visão 360º, com panorâmica para o litoral e planalto. Sua trilha principal tem cerca de oito quilômetros de distância e, em algumas partes, é necessário escalar as pedras com o auxílio de grampos fixados nelas. Para uma pessoa com o mínimo de preparo físico, o tempo médio de subida do morro é de cerca de duas horas para alcançar o topo.
Na entrada da trilha que leva ao Morro do Anhangava, há um estacionamento informal onde muitos visitantes deixam seus veículos para fazerem o passeio. Em dias de maior movimento, como finais de semana e feriados, é possível que você tenha que deixar o carro nas imediações do parque, em áreas destinadas ao estacionamento de visitantes. Algumas propriedades particulares na região também oferecem estacionamento pago para os visitantes. Chegar cedo aumenta a possibilidade de encontrar boas vagas mais próximas ao local de partida da trilha.
Nível: Fácil;
Entrada gratuita;
Tempo de deslocamento: de 1h30 a 2h30.
Caminho do Itupava – Quatro Barras a Morretes (PR)
Trilha longa, considerada a mais antiga do Paraná, sem muitas dificuldades técnicas, conecta Curitiba a Morretes. Caminho histórico que liga o Planalto ao litoral do nosso estado, começando em Quatro Barras, no Parque Estadual da Serra da Baitaca e terminando no Parque Estadual do Marumbi, em Morretes, passando pela Serra do Mar. O caminho que antes era utilizado por bandeirantes, tropeiros, indígenas e escravos, atualmente é uma trilha muito cobiçada pelos aventureiros. O trajeto foi aberto entre os anos de 1625 e 1654 por indígenas e por mineradores. Deve-se tomar cuidado com as passagens pela linha do trem e nunca andar por elas. Devido à distância (pouco mais de 20 quilômetros percorridos integralmente em cerca de 10 horas), acaba sendo uma trilha que pode desgastar fisicamente os iniciantes.
A melhor maneira de chegar no início da trilha, é utilizando um carro de aplicativo. Se compartilhado com mais pessoas, acaba sendo mais econômico do que ir de ônibus ou de carro. Mas é também possível ir de transporte público, através do ônibus que sai do centro de Curitiba e vai até o bairro Borda do Campo, em Quatro Barras, ou ir carro e estacioná-lo no estacionamento privado logo no início da trilha. Mas, é importante lembrar que o término da trilha ocorre na cidade de Morretes, o que implica na necessidade de buscar o carro no final do dia ou no dia seguinte.
Nível: Intermediário;
Entrada gratuita;
Tempo de deslocamento: para o trajeto de ida e volta, cerca de 10 horas.
Pico Paraná – Campina Grande do Sul (PR)
Trilha longa e extensa, bem exigente fisicamente, que pode levar o visitante a três diferentes cumes: Pico Paraná, Pico Caratuva e Pico Itapiroca. Todos têm acesso a partir do mesmo ponto com dificuldades e distâncias distintas. É a montanha mais famosa do Paraná, atraindo pessoas de vários lugares do Brasil. Sua trilha tem, aproximadamente, oito quilômetros de extensão, mas com muita necessidade de subida. Pode ser feita sem acampamento, ou acampando em áreas pré-estabelecidas. Fica localizada dentro do Parque Estadual Pico Paraná. Seu cume fica a 1.877 metros acima do nível do mar.
A Chácara do Pico Paraná, também conhecida como Sítio do Abílio, é o ponto de partida oficial da trilha para o Pico Paraná. Os carros podem ser estacionados ali. O sítio possui um estacionamento pago, que é vigiado e bastante seguro. Além disso, há banheiros e áreas de camping disponíveis para os visitantes. Há uma taxa para estacionar o carro e, se optar por acampar, uma taxa adicional para uso das instalações. O sítio está localizado na Estrada do Pico Paraná, acessível a partir da BR-116. A estrada de acesso pode ser de terra e em condições variáveis, dependendo do clima. No entorno, no entanto, também há outros estacionamentos particulares com estrutura para os turistas. É necessário considerar que a estrada até o início da trilha pode ser acidentada e de difícil acesso para carros de passeio em dias de chuva, então, considere o estado do tempo para escolher o dia do passeio.
Nível: difícil;
Entrada gratuita;
Tempo de deslocamento: de 5 a 13 horas.
Pico Marumbi (PR)
O Pico Marumbi é uma das montanhas mais icônicas da Serra do Mar. Faz parte do Conjunto Marumbi, um grupo de montanhas dentro do Parque Estadual Pico Marumbi, uma Unidade de Conservação que protege uma área significativa de Mata Atlântica. O pico é muito popular entre montanhistas e apreciadores da natureza, porque fornece boas opções de trilhas e escaladas.
Ele é o ponto mais alto do Conjunto Marumbi, com uma altitude de 1.539 metros. Fica localizado em Morretes, no Paraná, dentro da Serra do Mar. A região é conhecida por suas exuberantes florestas tropicais e pela rica biodiversidade.
O acesso ao Pico Marumbi pode ser feito por trilhas que partem da Estação Marumbi, um dos pontos de entrada do parque. A estação é acessível via trem (pela Estrada de Ferro Curitiba-Paranaguá) ou por estrada de terra a partir de Porto de Cima, próximo a Morretes.
A Trilha do Itupavaleva até a base do Pico Marumbi. Para quem gosta de escaladas, o Pico Marumbi oferece diversas rotas, variando em dificuldade. Devido à sua altitude e condições climáticas, as escaladas podem ser desafiadoras, especialmente para montanhistas menos experientes.O local também oferece umexcelente cenáriopara a prática da observação de aves, fotografia de natureza, e caminhadas ao ar livre.
O Parque Estadual Pico Marumbi faz parte da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, reconhecida pela UNESCO, e é crucial para a preservação dos ecossistemas locais. A visitação é controlada para minimizar os impactos ambientais, e há regras rígidas para garantir a conservação da flora e fauna. Do topo do Pico Marumbi, em dias claros, é possível ter uma vista panorâmica espetacular da Serra do Mar, da planície litorânea e até do Oceano Atlântico.
Não há um estacionamento oficial grande na Estação Marumbi. A maioria dos visitantes chega à estação de trem (pela linha de trem que parte de Curitiba em direção a Paranaguá) ou a pé, mas é possível chegar de carro até próximo da estação pela estrada de terra.
Muitos montanhistas deixam seus carros na localidade de Porto de Cima, uma vila próxima a Morretes, e seguem a pé ou de bicicleta até a Estação Marumbi. Em Porto de Cima, é possível encontrar locais onde você pode deixar o carro de forma segura, como estacionamentos particulares ou em pousadas.
Nível: de fácil a difícil;
Entrada Gratuita;
Tempo de deslocamento: de 5 a 7 horas para subir e descer até o pico Marumbi.
Monte Crista – Garuva (SC)
O Monte Crista, localizado em Garuva, Santa Catarina, é um destino popular para trilhas, oferecendo belas paisagens e uma rica experiência de contato com a natureza.
Do topo do Monte Crista, a cerca de 950 metros de altitude, é possível ter uma linda vista das serras ao redor, do litoral de Santa Catarina e, em dias claros, até do mar. A vista panorâmica é um dos grandes atrativos da trilha, oferecendo uma recompensa visual ao final do esforço de subida.
Ela é considerada de nível moderado a difícil, com trechos íngremes e desafiadores que exigem boa condição física e preparação. Para aqueles que buscam uma experiência mais intensa de trekking, o passeio é ideal.
A trilha do Monte Crista é parte de um antigo caminho utilizado por jesuítas no período colonial, que ligava a costa catarinense ao interior do Brasil. Este fator histórico adiciona um elemento cultural à experiência, conectando os trilheiros a uma rota histórica que remonta a séculos passados. Ao longo do trajeto, é possível encontrar vestígios históricos, como antigos marcos de pedra.
Passa por diferentes tipos de vegetação, desde trechos de Mata Atlântica fechada até áreas mais abertas com campos de altitude. Essa diversidade de ecossistemas proporciona uma experiência rica em termos de biodiversidade ao visitante.
No início da trilha, há uma área onde os visitantes costumam estacionar seus carros. Essa área fica próxima à estrada de acesso e serve como o ponto de partida oficial da trilha. Não há taxas cobradas, mas também não há estrutura de apoio, como banheiros ou lanchonetes. Algumas propriedades particulares nas proximidades do início da trilha também oferecem estacionamento pago para os visitantes. A Igreja de São João Batista, que fica a caminho do Monte Crista, também é um ponto onde alguns visitantes optam por estacionar, especialmente se forem participar de grupos organizados que se reúnem no local. A estrada de acesso à trilha pode ser desafiadora em dias de chuva, então verifique as condições climáticas antes de ir.
Nível: Moderada a difícil;
Entrada gratuita;
Tempo de deslocamento: de 4 a 6 horas até a subida do cume. Incluindo subida e descida, o tempo fica entre 7 a 10 horas.
Campos do Quiriri – Campo Alegre (SC)
Região de campos de altitude com visuais encantadores, Campos do Quiriri é uma cadeia de montanhas. Num território que abrange três municípios, mas a entrada principal fica em Campo Alegre. Seus cumes variam entre 1300 a 1600 metros acima do nível do mar. Existem roteiros desde a acesso via carros 4×4 até travessias longas de dias.
Os Campos do Quiriri são uma das áreas naturais mais preservadas e cênicas do sul do Brasil. Esse destino é conhecido por suas paisagens deslumbrantes, que incluem campos de altitude, florestas de araucárias e formações rochosas impressionantes. A área é ideal para trilhas, camping e observação da natureza, oferecendo uma experiência única para os aventureiros.
As trilhas nos Campos do Quiriri variam de moderadas a difíceis, com trechos que exigem preparo físico, especialmente em altitudes mais elevadas e terrenos acidentados. Dependendo da trilha, o tempo de caminhada pode variar de 4 a 8 horas para um percurso de ida e volta. Trilhas mais longas, como aquelas que incluem pernoite, podem levar até 2 ou 3 dias.
Entre os pontos mais interessantes estão o Morro do Quiriri, um dos pontos mais altos da região, que oferece vistas espetaculares das montanhas e vales ao redor, sendo um dos destinos mais procurados para trekking; a Pedra da Tartaruga, que é uma formação rochosa curiosa que se assemelha a uma tartaruga gigante, situada em meio aos campos de altitude e a vista para o Litoral, que, em dias claros, é possível avistar o litoral do Paraná e Santa Catarina a partir dos pontos mais altos.
O acesso aos Campos do Quiriri é geralmente feito a partir de Campo Alegre, SC, ou São Bento do Sul, SC. A estrada de acesso é de terra e, dependendo das condições climáticas, pode estar em estado variável, sendo necessário um veículo com tração nas quatro rodas em alguns trechos. A maioria das trilhas começa na Fazenda do Quiriri, uma propriedade privada que permite a entrada mediante autorização. É comum os trilheiros deixarem seus carros nesse local, que oferece estacionamento seguro para quem vai explorar a região.
Entrada: para acessar uma parte dos Campos do Quiriri é preciso pagar uma taxa de acesso que varia.
Nível: Fácil a Moderada
Tempo de deslocamento: depende do roteiro.
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