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Os novos modelos substituíram os carros que operavam a linha interbairros I, que percorre os 14 bairros de Curitiba
Conhecida por sempre estar na vanguarda do transporte coletivo no país, Curitiba dá mais um salto seguro para o futuro. Perto de completar 50 anos das canaletas exclusivas e dos ônibus expressos, implantados na cidade em setembro de 1974, o sistema de transporte coletivo da cidade ganhou nesta segunda-feira (15) seis ônibus 100% elétricos. Eles substituíram os carros que operavam a linha interbairros I, que percorre os 14 bairros do primeiro anel da cidade.
A novidade traz muita curiosidade e algumas dúvidas.
A engenheira civil Carolina Martins de Lima, que está grávida e utiliza o transporte público diariamente, ainda não entrou num ônibus elétrico e está curiosa para saber como vai acontecer a recarga dos coletivos e também como é o ruído dos novos modelos.
“Em relação à recarga, vão criar pontos específicos para os ônibus? E não temos mais aquele barulho comum nos ônibus convencionais?”Carolina Martins de Lima
A estudante Rebecca Teixeira também ficou curiosa para saber quais são as diferenças entre um ônibus a combustão e um elétrico.
“Qual a diferença entre os dois tipos e qualquer motorista pode dirigir o ônibus? Precisa de algum treinamento?Rebecca Teixeira
A Banda B levou às dúvidas da Carolina, da Rebecca e de outros ouvintes e leitores para o gerente corporativo de manutenção do Grupo Sorriso, Paulo Sérgio Zageski. Perguntamos:
Quais as principais diferenças entre um ônibus a combustão e um elétrico?
” O ônibus elétrico é sustentável. Ele não lança gases de efeito estufa e também tem uma maior durabilidade. Não precisamos descartar óleo lubrificante, não precisamos descartar um monte de peças. É bem mais eficiente, com um vida útil maior. O motor a combustão tem uma eficiência de 33% e o elétrico de 95%. O motor não tem barulho, automaticamente vai diminuir a poluição sonora. Outra vantagem é que eles são equipados com ar condicionado e possuem tomadas USB para carregar seus telefones celulares”,Paulo Sérgio Zageski
E qualquer motorista pode dirigir um coletivo elétrico ou é preciso passar por capacitação?
“O motorista tem que passar por um treinamento especial porque os elétricos têm um processo chamado de regeneração, que acontece nos declives ou quando você mantém distância do veículo da frente, aproveitando a energia cinética. Nesse momento, além de você não consumir energia, você está gerando. Temos aqui nosso programa de treinamento em que os motoristas aprendem desde o funcionamento até como conduzir, ganhando energia”, responde o gerente.
E pode acontecer do ônibus ficar parado no meio das ruas por falta de energia?
“Não vamos ter esse problema porque o ônibus tem uma reserva de energia que é a bateria. Ele vai sair da garagem com autonomia de 280 km. Quanto mais regeneração ele tiver, mais autonomia vai ter. Teve uma evolução muito grande neste modelos e isso beneficia todo o sistema de transporte”.
A descarbonização da frota, prevista no Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), prevê que 33% da frota do transporte coletivo seja composta por ônibus de zero ou baixa emissão até 2030 e 100% até 2050, conforme os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Outras curiosidades
- O ônibus BYD, modelo D9W, tem 13,2 metros de comprimento, é equipado com ar-condicionado e oferece uma autonomia de 250 km graças às suas baterias de ferro-lítio-fosfato, que possuem uma garantia de 8 anos. A recarga completa é realizada em aproximadamente 2 horas.
- Cada ônibus elétrico evita, em média, a emissão de 118,7 toneladas de CO2 por ano, o equivalente ao plantio de 847 árvores por veículo.
- Os ônibus são seguros, silenciosos e podem diminuir os custos operacionais em até 70%. Ele é equipado com motores de 150 KW, equivalentes a 402 cavalos de potência e estão integrados nas rodas do eixo traseiro, que contam com um módulo de controle eletrônico de tração.
- O ônibus Volvo BZL foi desenvolvido em parceria pelas equipes do Brasil e da Suécia e tem entre 250 e 300 quilômetros de autonomia de bateria, com tempo de recarga de duas a quatro horas.
- Os novos coletivos têm piso baixo para melhor embarque e desembarque de pessoas com mobilidade reduzida e ainda contam com entradas USB para recarga de celulares e sistema de anúncio de fechamento das portas.
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