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Com a mudança da rotina e mais tempo em casa, os acidentes domésticos podem ocorrer com mais frequência nessa época
O momento das férias escolares de verão é especial para as crianças se divertirem e realizarem descobertas. Entretanto, é fundamental que os responsáveis estejam atentos aos cuidados necessários que garantam a segurança durante esse período. Com a mudança da rotina e mais tempo em casa, os acidentes domésticos podem ocorrer com mais frequência nessa época.
Dados recentes da Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo (SES-SP) alertam para um aumento significativo nos atendimentos e internações de crianças menores de 12 anos em decorrência de acidentes domésticos. Segundo a SES-SP, houve um aumento de 84,5% nos casos entre janeiro e julho de 2023, comparado ao mesmo período de 2022. Foram 969 atendimentos no último ano, frente a 525 no ano anterior.
A criança, por sua natural curiosidade, por sua inexperiência, pela falta de noção de perigo e pela vontade de imitar crianças mais velhas e adultos está mais vulnerável aos acidentesexplica o pediatra Carlos Eduardo Gubert.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, a maioria dos acidentes ocorrem em casa ou nas redondezas. Aproximadamente 3,6 mil crianças de 1 a 14 anos morrem no Brasil devido a atropelamentos e afogamentos. Outras 111 mil são hospitalizadas, sendo mais da metade por quedas e queimaduras. “O número de mortes no Brasil por essa causa dobrou nos últimos 20 anos”, afirma o especialista.
Supervisão constante
Durante as férias, as crianças têm mais tempo livre e exploram diferentes atividades em casa. Portanto, é crucial manter uma supervisão constante, especialmente para as crianças menores. Certifique-se de que um adulto responsável esteja sempre por perto enquanto as crianças brincam ou desbravam os ambientes, brinquedos e brincadeiras.
Cozinha
O pediatra Gubert alerta para o perigo de um dos principais cômodos da casa: a cozinha. Para ele, se for possível, o ideal é não permitir o acesso de crianças pequenas nessa área. Este cômodo possui diversos e diferentes objetos que podem representar grande risco de acidentes, por exemplo, facas, temperos, vidro, eletrodomésticos, fogo e gás.
A indicação é que sempre deixe o cabo das panelas virado para dentro do fogão e guarde produtos de limpeza e remédios em armários altos.
Ambiente seguro
Outra dica importante é sobre manter o ambiente seguro para as crianças. Sendo assim, certifique-se de que móveis e objetos pesados estejam firmes. Além disso, guarde produtos químicos, medicamentos e objetos cortantes em locais inacessíveis às crianças. Também é importante usar portões de segurança para evitar quedas em escadas e não deixar acesso aos objetos pequenos que possam ser engolidos.
As tomadas e fios atraem a atenção das crianças, por isso, utilize acessórios para proteger essas partes da casa. Com os fios, entretanto, o ideal é mantê-los escondidos, mas se não for possível, utilize organizadores que, além de juntar o maior número de fios, atuam como protetor.
Cuidado com brinquedos
Verifique regularmente os brinquedos das crianças para garantir que não estejam quebrados ou danificados. Certifique-se de que os brinquedos sejam apropriados para a idade da criança e descarte qualquer brinquedo que represente riscos à segurança. Atenção redobrada aos brinquedos que utilizam pilhas e baterias. As baterias, apesar de normalmente estarem parafusadas e serem mais difíceis de acessar, são potencialmente perigosas.
Ambientes aquáticos
O afogamento está entre uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), então, se houver piscina, lagoa ou praia nas proximidades, redobre os cuidados.
Apesar da preocupante estatística, é possível evitar incidentes de afogamento por meio de medidas preventivas. 89% dos casos decorrem da falta de supervisão, conforme apontam dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
É de extrema importância que, sempre que uma criança estiver próxima de qualquer fonte de água, como piscinas, rios, mares, pias, banheiras ou bacias, a supervisão seja ativa e constante por parte de um adulto. Além disso, use cercas de proteção ao redor de piscinas e ensine as crianças sobre os perigos da água, enfatizando a importância de não nadar sem a presença de um adulto.
Conscientização sobre emergências
Ensine os números de telefone de emergência e como pedir ajuda. Os adultos responsáveis por crianças também devem estar cientes dos procedimentos adequados em caso de acidentes. Em caso de acidente doméstico em que a criança fique desacordada, o profissional enfatiza a importância de entrar em contato com o SAMU “na ligação será instruído os primeiros cuidados até que a equipe de socorro chegue”.
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