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O governador Ratinho Junior falou hoje (30), em entrevista à emissora Record, sobre o uso da ferramenta israelense contratada pela Polícia Civil, em 2019, e da presença do marroquino Mehidi Mouazen na Direção de Inteligência e Informações Estratégicas da Controladoria Geral do Estado (CGE).
Sem citar nomes, Ratinho relembrou o caso do policial civil Délcio Rasera, que foi preso cerca de um mês antes da eleição de 2006 na operação Pátria Nossa deflagrada, na época, pela PIC (Promotoria de Investigação Criminal — que hoje é o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público Estadual. Rasera tinha cargo em comissão na Casa Civil no governo de Roberto Requião.
O modus operandi de Rasera era arcaico — se comparado com a tecnologia hoje empregada. A PIC conseguiu comprovar que a equipe de Rasera instalava aparelhos de escuta em caixas telefônicas. Técnicos instalavam gravadores que registravam ligações feitas para algumas linhas.
Na época, suspeitava-se que a quadrilha oferecia serviços para empresários, advogados, políticos e autoridades públicas, realizando escutas sem autorização judicial de telefones móveis e fixos. Ele foi condenado há mais de 20 anos de prisão e recentemente foi detido após o esgotamento de todos os recursos judiciais.
A declaração do governador tem destino: Requião Filho, que é filho do ex-governador e líder da oposição na Assembleia Legislativa. Ele tem levantando suspeitas tanto quanto o software israelense quanto sobre a presença do marroquino na CGE. A principal crítica da oposição é a falta de qualificação de Mouazen para comandar a Diretoria de Inteligência da CGE. O oposicionista já encaminhou pedido de informações tanto para o Governo Estadual quanto o federal.
Na avaliação de Ratinho, as acusações fazem parte de um guerra política com a oposição. Sobre Mouazen, o governador disse que vai mantê-lo no cargo, já que “ele não fez nada de errado”. Dentro do governo, alguns aliados defenderam a exoneração de Mouazen, mas por ora, a determinação é por mantê-lo na função.
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