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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou nesta terça-feira, 24, que pediu ao hacker Walter Delgatti Neto o endereço do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para que a mãe dela enviasse uma carta ao magistrado. Segundo a parlamentar, a mãe se recordou do motivo dos áudios enviados ao hacker em novembro do ano passado.
“Minha mãe tinha escrito uma carta para o Alexandre de Moraes e queria entregar essa carta. Eu disse para não mandarmos para o STF para evitar pegar mal, e ela disse que o certo era enviar para a casa dele”, disse Zambelli ao portal G1.
“Acabamos não mandando essa carta. Ela que me lembrou (do episódio), eu não lembrava disso. Esse foi o motivo (da conversa com Delgatti)”, afirmou.
De acordo com Zambelli, a intenção da mãe dela era “sensibilizar” Moraes sobre medidas tomadas pelo ministro em processos contra a deputada no STF.
Delgatti encaminhou dois áudios de Zambelli para um amigo dele que mora no interior de São Paulo, com mensagens atribuídas à deputada. “Ô Walter, não aparece nenhum endereço de Brasília, né? Precisava do endereço daqui de Brasília”, diz a voz de Zambelli em arquivo de áudio, com seis segundos, obtido pelo portal.
“Não, não pode ser, porque quadra é prédio, e ele deve morar numa casa no Lago Sul, alguma coisa assim. Deve ser coisa do STF Isso provavelmente deve estar nos arquivos do STF como casa… casa tipo… funcional, entendeu?”, conforme outro áudio, de 18 segundos de duração.
Deputada mudou versão sobre pedido a hacker
Na segunda-feira, 23, por nota, a defesa de Zambelli havia negado ter feito o pedido a Delgatti. Nesta terça, contudo, a parlamentar disse que o hacker foi contratado por ela para cuidar das redes sociais e do site dela e enviou, espontaneamente, uma lista de endereço de diversas autoridades. Nessa listagem, constava o endereço do ministro em São Paulo, e ela solicitou o endereço do magistrado em Brasília.
Ao G1, ministros do Supremo afirmaram que a narrativa de Zambelli é “inverossímil” e “ridícula”.
Delgatti afirmou à PF que recebeu cerca de R$ 40 mil da deputada federal para invadir “qualquer sistema do Judiciário”. O pagamento teria sido fracionado, R$ 14 mil em depósitos bancários e o resto em espécie, em São Paulo, segundo a defesa do hacker. Uma das provas seria uma conversa com um interlocutor da deputada. A parlamentar nega qualquer ato ilícito.
Delgatti está preso preventivamente desde o início de agosto na Operação 3FA da Polícia Federal (PF). Ele é investigado por suposta invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).
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