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Daqui exatamente um ano, os curitibanos estarão indo às urnas
Daqui exatamente um ano, os curitibanos estarão indo às urnas para depositar o voto no candidato que vai administrar a cidade de Curitiba até 2028. O clima político ainda é gélido muito semelhante ao tempo característico da capital do Estado.
Partidos e candidatos ainda estão acanhados, mas há uma pequena movimentação nos bastidores. Reuniões são realizadas, mas tudo ainda muito incipiente. E quase ninguém confirma o teor das primeiras conversas.
Alguns confirmaram já a pré-candidatura, o que, a um ano do pleito, não significa muita coisa. O Blog Politicamente ouviu analistas políticos e dirigentes partidários para mostrar como está o quadro hoje.
Eduardo Pimentel (PSD), Ney Leprevost (União Brasil), Luciano Ducci (PSB) e Goura Nataraj (PDT) são hoje os principais players e garantem que não vão largar o osso. Mas o vento da política, que vai soprar até as convenções partidárias, pode mudar os planos até daqueles mais confiantes. Sem falar nas traições políticas com promessas futuras que, por muitas vezes, nunca chegam.
O quarteto já promove reuniões com objetivo de montar alianças. É um primeiro namoro, mas o casamento só será sacramento durante as convenções. Tanto candidatos da direita/centro quanto da esquerda/centro desenharam a mesma estratégia: buscar formar frentes amplas.
As quatro pré-candidaturas estão postas e bem posicionadas. E nós ainda temos aí um movimento muito forte em Curitiba que a gente não pode desprezar, que é o lavajagtismo.
Players — Eduardo Pimentel chegará em 2024 defendendo o grequismo, a continuidade, com apoio das máquinas estadual e municipal. Além da ajuda que virá da Assembleia Legislativa. É bem verdade que ele ainda não decolou nas pesquisas eleitorais feitas internamente com considerável frequência. Mas, ao que parece, não está preocupado. A grande aposta é na entrada do prefeito Rafael Greca e do governador Ratinho Junior fortemente na campanha — obviamente com uma ampla aliança de partidos. A dúvida é a vice — posto que só vai ser definido nos 45 do segundo tempo.
A ala canhota promete vir unida numa grande frente que pode ir do PSDB de Beto Richa ao PT de Gleisi Hoffmann, tendo Luciano Ducci (PSB) como cabeça de chapa. Ducci parece estar disposto a pagar o preço junto ao eleitorado conservador de Curitiba de agrupar múltiplas rejeições para não deixar o PT de Carol Dartora e Arilson Chiorato encabeçarem a federação PT, PV e PCdoB. O desempenho do presidente Lula, principalmente na parte econômica, pode ajudar ou enterrar de vez os planos da esquerda de assumir a prefeitura de Curitiba pela primeira vez na história.
Psol e Rede ainda não definiram se apoiam Ducci ou estudam uma candidatura de ataque a todos.
Lobo solitário? — O PDT também está nos planos da frente ampla da esquerda, mas o deputado Goura Nataraj garante que vai cumprir a ordem do dirigente máximo Carlos Lupi de ter candidato na capital dos paranaenses. Tem como trunfo o segundo lugar na eleição de 2020 vencida por Greca. Mas com um tempo de TV reduzidíssimo e com recurso eleitoral contato tostão a tostão, Goura terá de apostar fortemente nas redes sociais. Com todas as siglas da esquerda gravitando em torno de Ducci, o pedetista pode disputar 2024 como um lobo solitário. Goura ainda nutre o sonho de ser o cabeça da chapa da esquerda.
O também deputado estadual Ney Leprevost tem as bençãos das cúpulas estadual e federal do União Brasil e vem com cofre cheio do fundo eleitoral — o que lhe permitiu já traçar com o marqueteiro contratado a estratégia de pré e de campanha para 2024. Alguns comentam que ele já queimou a largada ao avisar o governador Ratinho Junior que será candidato “duela a quien duela”.
Em contrapartida, teria ouvido incentivo do chefe do Poder Executivo — assim como de alguns vereadores do União Brasil, que estão na base grequista da Câmara Municipal. Mauro Ignácio já adiantou que vai pular fora desse projeto, mas tem parlamentar que ainda não fixou o pé na canoa do partido. Eduardo Pimentel observa com atenção redobrada a movimentação destes vereadores e contabiliza para si alguns do União Brasil. Se Ney não abrir o olho, pode perder aliados do próprio ninho para um dos principais rivais.
Deltan e a Lava Jato — O lavajatismo, ainda com raízes muito forte em Curitiba, vem de NOVO. Literalmente. Deltan Dallagnol e a esposa, Fernanda, se filiaram ao NOVO. Ele será candidato até que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) se pronuncie — e em última instância o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até lá, estará em todas as pesquisas eleitorais registradas que forem feitas ano que vem com regras duras da Justiça. Se a inelegibilidade for declarada, dois serão os caminhos: lançar Fernanda Dallagnol candidata ou jogar todo o lavajatismo para um dos candidatos da Direita.
Algumas legendas até falam em pré-candidatos para 2024, só que mais parecem balões de ensaio lançados ao vento para negociar o passe às vésperas das definições políticas. Com tantos dias para a eleição, e sabendo que na política tudo é altamente mutável, hoje estamos diante de quatro candidaturas postas, além do lavajatismo. Em 6 de outubro de 2024, os curitibanos podem se deparar com mais ou menos candidatos nas urnas. Hoje é este o cenário, por ora.
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