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Crimes foram cometidos dentro do hospital, inclusive contra uma estagiária que tinha 17 anos à época, segundo o Ministério Público
O capitão Moisés Alves Nunes e a soldado Dayane Angélica Pereira Seniski, da Polícia Militar do Paraná, estão sendo investigados por assédio e importunação sexual, cujos crimes teriam ocorrido nas dependências do Hospital da PM (HPM), em Curitiba (PR). As imputações constam em uma denúncia oferecida pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça Militar, que foi obtida com exclusividade pelo site g1 e confirmada pela Banda B.
De acordo com a publicação do site, o capitão Moisés e a soldado Dayane abordavam as vítimas, entre elas estagiárias, no HPM e chegavam a convidá-las para participar de sexo em grupo, além de tocarem os corpos delas sem consentimento. O caso tramita sob sigilo.
“O Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça da Auditoria Militar, apresentou denúncia criminal em face do capitão pelos crimes de assédio sexual, assédio sexual contra menor de 18 anos e importunação sexual e contra a soldado pelos crimes de assédio sexual, violação de sigilo funcional e prevaricação. A denúncia e o processo se encontram em andamento, sendo que as testemunhas arroladas pelo MPPR foram ouvidas em audiência de instrução ocorrida em julho de 2023”, informou o Ministério Público à Banda B.
Segundo consta na denúncia da Procuradoria, os crimes de assédio e importunação sexual foram cometidos entre abril de 2021 e outubro de 2022, quando uma das vítimas tinha 17 anos de idade.
“Destaca-se que, no início do estágio da [suprimido], o relacionamento entre a ofendida e a Sd. Dayane era cordial, isto é, obedecia-se às normas de tratamento interpessoal no ambiente de trabalho, porém, após a estagiária recusar participar de ato sexual com os denunciados (ménage), esta passou a ser perseguida pelos acusados, circunstância que explicita o constrangimento sofrido [suprimido] no âmbito do HPM”, diz trecho da denúncia divulgado pelo g1.
O capitão Nunes teria dito a uma das vítimas que praticava tais atos há anos no hospital e nunca havia sido descoberto. O g1 relata ainda que uma das jovens passou a ser perseguida pelos militares, principalmente pela soldado Dayane. “Outra vítima contou que, enquanto estava na instituição, era constantemente tocada e abraçada pelo capitão sem consentimento. Segundo ela, o hospital não tinha câmeras”, divulgou o site na manhã desta sexta-feira (15).
O advogado que representa algumas das vítimas não atendeu aos contatos feitos pela reportagem.
O que diz a PM
Procurada pela Banda B, a Polícia Militar afirmou que a corporação apurou o caso com rigor e que não concorda com qualquer desvio de conduta. A PM não quis, contudo, informar se eles foram afastados dos cargos.
De acordo com o Portal da Transparência, o capitão Moisés Alves Nunes, que já chegou a ser preso, segue com vínculo ativo com a PM desde fevereiro de 1998. A remuneração mensal dele é superior a R$ 23 mil. A soldado Dayane Angélica Pereira Seniski também continua vinculada à PM, com salário mensal bruto de R$ 6.711,22.
Leia a íntegra da nota da PM abaixo:
“A Polícia Militar apurou com rigor todos os fatos denunciados, envolvendo acusações de assédio sexual e moral, os quais foram remetidos ao Ministério Público e estão sob análise pelo Poder Judiciário, em segredo de Justiça.
A corporação não coadunada com qualquer desvio de conduta e promove diariamente os direitos humanos e o cumprimento das leis.
Não serão divulgadas informações complementares em respeito ao sigilo de justiça para resguardar a identidade e intimidade de potenciais vítimas.
O que diz a Sesp
A reportem procurou a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Paraná (Sesp) para comentar as denúncias, mas não havia obtido retorno até a publicação desta reportagem.
A Banda B procurou as defesas do capitão e da soldado e também aguarda retorno.
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