Assembleia promove Semana de Valorização da Vida e de Prevenção da Automutilação e do Suicídio

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Campanha “Se precisar, peça ajuda!” reforça a prevenção no Setembro Amarelo

Em setembro de 1994, nos Estados Unidos, o jovem Mike Emme de 17 anos cometeu suicídio. Ele tinha um Mustang 68 amarelo e, no dia do seu velório, seus pais e amigos decidiram distribuir cartões amarrados em fitas amarelas com frases de apoio para pessoas que pudessem estar enfrentando problemas emocionais. A ideia acabou desencadeando um movimento de prevenção ao suicídio e até hoje o símbolo da campanha é uma fita amarela. O dia 10 de setembro, data da morte do jovem norte-americano, foi oficialmente adotado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti-estigma do mundo! Em 2023, o lema é “Se precisar, peça ajuda! ”

Inspirado no caso Emme, o “Setembro Amarelo” foi adotado em 2015 no Brasil pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). Nesse período, campanhas são realizadas para alertar sobre o tema, que continua sendo um tabu e em muitas vezes, motivo de vergonha falar a respeito

No Paraná, a Lei nº 18.871/2016, que teve parte de sua redação alterada, pela Lei nº 20.229/2020, criou a Semana de Valorização da Vida e de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que deve ser realizada no período que compreenda o dia 10 de setembro. O objetivo dessa legislação é o de promover a reflexão e a conscientização sobre essa temática, para dignificar a vida em relação ao aumento do índice de suicídios e a automutilação, esclarecendo à população, através de palestras, debates e audiências públicas, sobre como identificar possíveis sinais suicidas e como auxiliar o acompanhamento de indivíduos que apresentem esse perfil, visando minimizar a evolução dos quadros que podem chegar ao suicídio.

Especialistas ressaltam que saber ouvir, ser atencioso, disponibilizar sempre o ombro amigo, acolher, conversar e não economizar carinho são atitudes muito importantes no dia a dia. que só fazem bem e sempre melhoram as condições físicas e psíquicas.

Números

O suicídio é um importante problema de saúde pública, com impactos contundentes na sociedade. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária, câncer de mama ou guerras e homicídios. De acordo com a última pesquisa realizada pela OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo, sem contar com os episódios subnotificados, pois com isso, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas cometem suicídio por dia.

Entre os jovens de 15 a 29 anos, o suicídio foi a quarta causa de morte depois de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades. A OMS destaca que praticamente 100% de todos os casos de suicídio estavam relacionados às doenças mentais, principalmente não diagnosticadas ou tratadas incorretamente. Dessa forma, a maioria dos casos poderia ter sido evitada se esses pacientes tivessem acesso ao tratamento psiquiátrico e informações de qualidade.

Segundo dados da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, entre 2016 e 2021 houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos, chegando a 6,6 por 100 mil, e de 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil.

As taxas variam entre países, regiões e entre homens e mulheres. No Brasil, 12,6% por cada 100 mil homens em comparação com 5,4% por cada 100 mil mulheres, morrem devido ao suicídio. As taxas entre os homens são geralmente mais altas em países de alta renda (16,6% por 100 mil). Para as mulheres, as taxas de suicídio mais altas são encontradas em países de baixa-média renda (7,1% por 100 mil).

Embora alguns países tenham colocado a prevenção do suicídio no topo de suas agendas, muitos permanecem não comprometidos. Atualmente, apenas 38 países são conhecidos por terem uma estratégia nacional de prevenção do suicídio.

Mitos sobre o comportamento suicida

O Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou e distribui uma cartilha chamada: “Informando para Prevenir” onde destaca alguns dos mitos sobre o comportamento suicida. Erros e preconceitos vêm sendo historicamente repetidos, contribuindo para formação de um estigma em torno da doença mental e do comportamento suicida. É o resultado de um processo em que as pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas.

O que é Mito e o que é Verdade

Mito: o suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar seu livre arbítrio. (Falso).

Verdade: suicidas estão passando, quase invariavelmente por uma doença mental que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere no seu livre arbítrio.

Mito: quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida. (Falso).

Verdade: o risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.

Mito: as pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção. (Falso).

Verdade: a maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar.

Mito: se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se, em um momento seguinte passa a se sentir melhor, normalmente significa que o problema já passou. (Falso).

Verdade: se alguém que pensava em se suicidar e, de repente, parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu tirar a própria vida pode se sentir melhor ou sentir-se aliviada, simplesmente por ter tomado a decisão de se matar.

Mito: quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive a uma tentativa de suicídio, está fora de perigo. (Falso).

Verdade: um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue a alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada.

Mito: não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco. (Falso).

Verdade: falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

Como pedir ajuda

Para acessar a cartilha completa com dados sobre prevenção, orientações sobre identificação de comportamentos suicidas e a posvenção que inclui as habilidades para cuidar de quem fica e está ligado ao protagonista suicida, como familiares, amigos, etc, CLIQUE AQUI

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