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Nas gravações, superintendente da prefeitura disse que os servidores precisariam comprar cotas de até R$ 3 mil para um jantar de campanha de Pimentel

O candidato à Prefeitura de Curitiba Eduardo Pimentel (PSD) afirmou nesta quarta-feira (9) que ficou “indignado” com o suposto caso de coação de servidores públicos para que doassem à sua campanha. Áudios revelaram que o então superintendente de Tecnologia da Informação, Antonio Carlos Pires Rebello, determinou que os funcionários da prefeitura deveriam comprar ingressos para um jantar da campanha.

Em entrevista à Banda B, Pimentel avaliou o caso como “absurdo”, destacou a exoneração do servidor e declarou que sua campanha foi impactada pelo tema na reta final. “Isso, sem dúvida nenhuma, prejudicou minha eleição… tirou votos. Eu nem sabia desse áudio. Eu não fui responsável por vender convites. O jantar acontece em todas as eleições e todos os candidatos fazem. É um jantar de arrecadação legal”, disse ele aos jornalistas Denise Mello, da Banda B, e Karlos Kohlbach, do Blog Politicamente.

Nas gravações, Antonio Carlos Pires Rebello disse ter recebido uma “incumbência” e que os servidores precisariam comprar cotas de R$ 750 a R$ 3 mil para um jantar de campanha de Eduardo Pimentel, sob risco de perderem suas funções gratificadas.

“Recebi uma incumbência, não tem como não fazer. […] Alexandre recebeu do pessoal da campanha do Eduardo. Vai ter um jantar e todo mundo que pode colaborar com o jantar vai precisar fazer. Não é pouco, não é barato. Mas já veio determinado como vai ser. Não tem como negociar isso”, disse o então servidor, no áudio.

O jantar citado por Rebello ocorreu no último dia 3, no restaurante Madalosso, onde se reuniram o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), e Rafael Greca (PSD), por exemplo. Outras autoridades filiadas ao Partido Social Democrático do Paraná também participaram do jantar.

“Aquilo foi um fato, um absurdo. Eu fiquei indignado na hora que soube. Não é à toa que a prefeitura, assim que veio o áudio à tona, demitiu na hora o servidor que estava fazendo assédio. O servidor público municipal tem o meu respeito. Eu repudio qualquer forma de assédio. Foi um erro desse servidor, que foi punido”, afirmou o candidato nesta quarta (9).

Pimentel disse que pediu a instalação de uma comissão para analisar o caso.

A adversária do candidato, Cristina Graeml (PMB), protocolou um pedido de investigação em torno do episódio e pediu a inelegibilidade dele sob justificativa relacionada à abuso de poder. A juíza Giani Maria Moreschi deu cinco dias para Pimentel e outros envolvidos se manifestarem sobre o caso, que foi encaminhado também ao Ministério Público Eleitoral.