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Glaucoma atinge 2,5 milhões de brasileiros e é a maior causa de cegueira no mundo

O glaucoma é uma doença silenciosa e a principal causa de cegueira irreversível. Ele não tem cura, mas pode ser controlado, desde que detectado precocemente.

A doença já atinge mais de 70 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da World Glaucoma Association (WGA). No Brasil, estima-se que 2,5 milhões de brasileiros convivam com a doença e, de acordo com o Ministério da Saúde, mais de 900 mil pessoas receberam o diagnóstico no ano passado. Até 2040, a projeção é de 114 milhões de pessoas afetadas no mundo.

Pensando no diagnóstico precoce como a melhor forma de reduzir essa estatística tão alarmante é que o Eco Medical Center, em Curitiba, promoverá uma ação gratuita e aberta ao público no dia 26 de setembro, das 9h às 17h, na rua Goiás, número 70, no bairro Água Verde, com o objetivo de detectar o glaucoma e outras doenças oftalmológicas. A ação ofertará gratuitamente o exame de tonometria, que mede a pressão intraocular. O aumento dessa pressão sugere o diagnóstico de glaucoma, que é confirmado com outras avaliações e exames.

Durante o evento, enquanto um técnico realiza a tonometria, um oftalmologista tira dúvidas e orienta os participantes. Caso o médico identifique sinais de glaucoma ou outras doenças oftalmológicas, o paciente será imediatamente encaminhado à Eco Oftalmologia, localizada no sexto andar do centro médico, para realização de consultas e exames complementares, com cobertura pelo plano de saúde ou de forma particular. Além disso, todos os participantes receberão um colírio lubrificante para os olhos após a realização do exame.

“Ações como essa ajudam a motivar as pessoas a irem ao oftalmologista como rotina, e não só quando apresentam uma queixa. Isso ajuda na prevenção de algumas doenças e até no tratamento precoce, evitando maiores complicações a longo prazo”, ressalta a oftalmologista Rafaela Zarajczyk, que estará atuando na ação.

Doenças oftalmológicas

Além do glaucoma, outras doenças oculares frequentemente diagnosticadas em consultórios oftalmológicos incluem miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, todas detectadas por meio do exame autorrefrator, que mede a refração da luz nos olhos. Outra condição preocupante é o ceratocone, que afeta a córnea, fazendo com que ela se torne cônica, distorcendo a visão do paciente.

“O ceratocone é um defeito congênito que pode se agravar a partir da adolescência”, explica Leon Grupenmacher, oftalmologista e coordenador da Eco Oftalmologia. “Com o avanço da medicina, conseguimos tratar a grande maioria dos casos com técnicas que evitam o transplante de córnea, algo que antes era inevitável. Quanto mais cedo o diagnóstico mais efetivo será o tratamento”, diz Leon.

Apesar da pessoa já nascer com a doença, nem todos manifestam o ceratocone. Não há como prever, apenas monitorar e tratar quando ela surgir. Mas há comportamentos que são importantes e o principal é não coçar os olhos.

“A coceira não dá ceratocone, porque a pessoa já nasce com a doença. Mas para quem já tem, o comportamento estimula o desenvolvimento dela”, explica o oftalmologista.

Outra doença frequente nos consultórios oftalmológicos é a catarata, uma condição que causa opacidade no cristalino e pode levar à perda progressiva da visão.

“A catarata é mais comum com o avanço da idade, mas felizmente é uma das causas de cegueira que podem ser revertidas por meio de cirurgia”, afirma Leon. “Neste caso, não há tratamento clínico, apenas cirúrgico. Mas é um procedimento rápido e eficiente, devolvendo ao paciente a qualidade de vida.”

Importância da consulta oftalmológica regular

Realizar consultas oftalmológicas regulares é a chave para prevenir e diagnosticar precocemente problemas de visão. Muitas doenças, como o glaucoma, não apresentam sintomas nas fases iniciais, o que torna ainda mais importante a realização de exames periódicos. No glaucoma, a pessoa vai perdendo a visão periférica, o que nem sempre é percebido porque a visão central permanece normal por um tempo. Porém mesmo nos estágios iniciais é perigosa, em especial se o paciente dirige, pois pode perder a capacidade de perceber movimentos do trânsito nos espelhos retrovisores do veículo.

“O glaucoma pode ser controlado, mas não curado. E, sem tratamento, o paciente pode perder completamente a visão, algo que poderia ser evitado com o uso de colírios prescritos. Infelizmente, muitos pacientes só procuram ajuda quando a doença já está em estágio avançado”, alerta Leon.

Conforme Rafaela, para adultos, a visita anual ao oftalmologista é o recomendado, não excedendo o intervalo de dois anos. A não ser que o paciente tenha alterações nos exames e necessite de acompanhamento mais frequente. Para bebês, o primeiro teste do olhinho deve ser realizado ainda na maternidade. Dos 6 meses ao 1 ano, é ideal realizar o primeiro exame completo com um oftalmologista. Dos 3 aos 5 anos, a criança deve passar pelo segundo exame completo. E acima dos cinco anos a orientação é igual para os adultos.