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Observar os sinais de alerta para os diferentes tipos de violência também deve fazer parte da rotina de quem tem em casa ou trabalha com crianças e adolescentes com deficiência. A afirmação é do delegado titular do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), Rodrigo Rederde, que nesta quarta-feira (24/4) falou sobre o tema para o auditório lotado do Departamento dos Direitos da Pessoa Com Deficiência (DPCD) da Prefeitura.

Para a diretora do DPCD, Denise Moraes, a oportunidade de aprendizado é importante em decorrência da especificidade do público. “Precisamos considerar que, além da idade, estamos falando de pessoas mais vulneráveis e com mais dificuldade de expressar o que se passa com elas”, observou.

Atenção

Ter insônia, chorar sem motivo, voltar a fazer xixi na cama durante o sono, manter segredos com pessoas mais velhas de dentro ou de fora do círculo familiar e apresentar lesões pelo corpo são manifestações que não podem ser desprezadas. “Podemos estar diante de casos de violência psicológica ou física e eles se apresentam, da mesma forma, também em quem não tem deficiência”, explicou o policial, que falou para profissionais de saúde e educação.

Além da violência física e sexual, agressão intencional e omissão na oferta de cuidados médicos, de higiene, alimentação e frequência escolar são alguns exemplos de violência. De acordo com relatório da Secretaria Municipal da Saúde, em 2022 crianças e adolescentes com deficiência foram vítimas de 779 casos de violência. Isso representa 17,7% dos 4.382 casos registrados.

Ao reconhecer alguma suspeita de violência, orientou Rederde, profissionais que lidam com esse público, familiares ou vizinhos podem fazer denúncias anônimas pelo telefone 181. Outro caminho é buscar orientação no DPCD, que encaminha o público com deficiência de todas as faixas etárias para os diferentes tipos de atendimento, além de oferecer acompanhamento jurídico e psicossocial grátis.