Curitiba reafirma sua posição de destaque em modelos de gestão inovadora com o reconhecimento do Instituto Curitiba de Arte e Cultura (ICAC) como um dos 13 casos de sucesso em parcerias público-privadas de impacto social. O estudo Mapa da Contratualização foi realizado pela Comunitas, organização especializada em modelar e implementar parcerias sustentáveis entre os setores público e privado. A pesquisa na íntegra pode ser acessada aqui.
Com 21 anos de existência, a Comunitas está presente em cinco estados brasileiros e analisou nesta pesquisa mais de 7 mil contratos de gestão, termos de parceria e PPPs em todo o Brasil. O estudo abrangeu cinco grandes áreas: desenvolvimento tecnológico, saúde, assistência social, formação e cultura. Dentro da categoria de cultura, o ICAC foi o selecionado entre as 122 instituições analisadas para figurar entre os destaques.
“Esse reconhecimento nacional reforça a importância do modelo das OSCs (Organizações Sociais de Cultura) e mostra como a arte pode ser gerenciada de forma inovadora e eficiente, com impacto positivo para a sociedade. Estar à frente do ICAC tem sido um privilégio e um grande desafio”, declarou Marino Galvão Jr., diretor executivo do instituto.
A seleção dos casos de sucesso foi baseada em critérios rigorosos, como: replicabilidade, inovação, economicidade, resultados e transparência. “Essa metodologia garantiu a qualidade e relevância dos exemplos apresentados, para inspirar gestores municipais de todo o país”, afirmou Regina Esteves, diretora-presidente da Comunitas, na apresentação da pesquisa.
Entre os analisados estiveram empresas e instituições de diferentes setores municipais e estaduais, incluindo complexos penais, unidades de pronto atendimento e mini-usinas. O ICAC destacou-se pela excelência na gestão e produção cultural, um reflexo de sua atuação estratégica desde sua criação em 23 de janeiro de 2003, quando foi qualificada pelo Decreto Municipal 1107/2003 como Organização Social de Cultura de Curitiba.
“Com este reconhecimento nacional, o ICAC reforça sua contribuição para o desenvolvimento cultural e social de Curitiba, consolidando-se como um exemplo de como parcerias público-privadas podem, de forma benéfica, transformar setores essenciais para a sociedade”, afirmou também Mônica Guimarães Santanna, atual presidente do conselho de administração do ICAC.
Excelência na Gestão Cultural
Sempre em consonância com a Fundação Cultural de Curitiba (FCC), o ICAC foi pensado inicialmente para realizar a gestão da Camerata Antiqua de Curitiba, mas expandiu suas atividades ao longo dos anos, incorporando novas áreas da cultura curitibana. Sob a liderança de Marino Galvão Jr., diretor executivo desde 2015, o instituto consolidou práticas internacionais de gestão cultural que impulsionaram seu reconhecimento nacional. A experiência do diretor, aliada à sua especialização em Gestão do Espetáculo pelo Teatro alla Scala e pela Universidade Bocconi de Milão, foi essencial para essa trajetória. Durante os últimos anos, o ICAC ampliou sua atuação para os setores de audiovisual, dança e economia criativa, reafirmando sua relevância e impacto no cenário cultural brasileiro.
Resultado de Destaque
Atualmente, o ICAC atua sendo responsável por administrar espaços culturais, gerenciar grupos artísticos e colaborar em projetos e eventos nas áreas de música, literatura, audiovisual, dança e economia criativa. Trata-se de um exemplo de sucesso de uma parceria público-privada, aplicada ao setor cultural.
O estudo da Comunitas contou com entrevistas qualitativas e descritivas para complementar os dados quantitativos e a análise dos contratos. Entre os entrevistados que contribuíram para destacar a relevância do ICAC, estão Maria Angélica Carvalho, assessora da presidência da FCC; e Beto Lanza, diretor de planejamento da FCC.
Fernando Schuler, coordenador acadêmico do projeto, conhecido por sua carreira como cientista político e comentarista da Rede Bandeirantes, ressaltou o diferencial do modelo de gestão cultural aplicado: “O ICAC exige decisões ágeis e flexíveis, avaliação constante de mérito, além da aquisição de bens e serviços onde o critério qualitativo é frequentemente dominante”. Segundo ele, além de inovador, o modelo permite uma execução mais horizontalizada e conectada ao território.